Os governos do Brasil e da Argentina planejam criar um sistema conjunto de defesa cibernética. O plano decorre de encontro do ministro da Defesa, Celso Amorim, com a presidente argentina, Cristina Kirchner, na última quinta-feira, 12, e com os ministros argentinos da Defesa, Agustín Rossi, e das Relações Exteriores, Hector Timerman, nesta sexta-feira, 13. Segundo Amorim, a Argentina enviará dentro de dois meses ao Brasil uma missão para avaliar a criação do sistema conjunto.
O acordo ocorre depois que o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), Edward Snowden, vazou informações sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano, inclusive de conversas da presidente Dilma Rousseff, fomentando as discussões sobre privacidade na web. Documentos sigilosos divulgados por Snowden por meio da imprensa indicam que a Petrobras também teria sido monitorada. "Achamos que essa questão de espionagem, que teve como epicentro o Brasil, mas que também repercutiu em outros países da América Latina, merece uma tentativa de encontrar uma resposta regional", disse o ministro argentino da Defesa, após o encontro com Amorim.
Já para o ministro da Defesa brasileiro, Brasil e Argentina "são dois países com grande capacidade de produção de software", mas é preciso investir para manter os especialistas da área trabalhando para seus governos, evitando uma fuga de cérebros. "Queremos mantê-los em nossos países para criar softwares e estruturas físicas que nos permitam melhor proteger nossas informações sensíveis", disse Amorim. Para este ano, o Ministério da Defesa tem um orçamento de R$ 90 milhões destinado ao Centro de Defesa da Cibernética, mas, segundo Amorim, depois das denúncias de espionagem eletrônica, está sendo feita uma "avaliação para a implementação de um programa imediato", cujos custos ele ainda não pode revelar. Com informações da Agência Brasil.