Para garantir seu futuro, boa parte das 35.838 corporações brasileiras estão digitalizando processos de forma acelerada. Com isso, a complexidade dos negócios de empresas com mais de 500 colaborares e ambientes espalhados geograficamente só aumenta. Se durante muito tempo TI dizia respeito principalmente a escritórios informatizados, hoje o quadro é outro.
No centro de tudo está a nuvem (privada, pública, híbrida). Pontos digitais remotos como o home office dividem espaço com plantas de automação industrial (OT, Operation Tecnology), além de novas aplicações de negócios que exploram ao máximo os recursos da IoT (Internet of Things). A chegada da rede 5G – a nuvem das nuvens – neste ano multiplica ainda mais o número de dispositivos digitais nas corporações.
Segundo a ANATEL, Agência Nacional de Telecomunicações, no 4G a cobertura é de 10 mil aparelhos por quilômetro, enquanto no 5G a rede de cobertura pode ser de até 1 milhão de aparelhos por quilômetro. Boa parte desses novos dispositivos estarão integrados às redes cada vez mais heterogêneas e distribuídas das maiores empresas brasileiras.
Pesquisa realizada em outubro de 2021 pela consultoria Boston Consulting Group (BCG) com 417 líderes de TI de grandes empresas norte-americanas revelou que 74% disseram que é cada vez mais difícil monitorar seus ambientes de modo a garantir a performance dos sistemas e dos negócios. Além da altíssima diversidade de aplicações e dispositivos, outro fator aumenta a preocupação dos CIOs com essas questões: o grande número de plataformas de monitoração com que trabalham. 54% desse grupo utiliza até 10 soluções diferentes. Outros 14% empregam mais de 50 plataformas de monitoramento.
A razão para esses números é clara: é comum que cada vendor de dispositivos ou aplicações entregue, também, um software de gerenciamento desse ativo. Com isso, soluções com protocolos e interfaces muito específicos atuam lado a lado, muitas vezes realizando tarefas repetitivas. Isso sobrecarrega os enxutos times de TI e reduz a consistência da gestão dos ambientes digitais das grandes empresas.
O outro lado dessa situação é que seguem existindo ambientes de TI que não são monitorados por nenhuma solução.
É o que revela o estudo realizado pela Centreon com 600 CIOs europeus, em setembro de 2020. Esses líderes disseram que 39% de seu ambiente digital – ICT Security, OT e IoT – não é monitorado por nenhuma plataforma. Vale ressaltar que as empresas pesquisadas também contam com várias plataformas de gerenciamento – 14, em média. Entre os entrevistados, 33% afirmaram que enfrentam um alto número de incidentes por causa da falta de integração entre as diversas soluções utilizadas em suas empresas.
Como lidar com os incidentes de TI?
Aumenta a possibilidade de ocorrer uma tempestade de incidentes, causando uma forte demanda sobre o time do ServiceDesk e, por consequência, a disrupção dos negócios. A gestão de serviços de TI está no coração da gestão de TI em geral, e é cada vez mais crítica para entregar a melhor UX (User Experience) para usuários internos (colaboradores) e externos (clientes e parceiros).
Estudo realizado pela consultoria PagerDuty em janeiro de 2022 indica que 34,4% das empresas norte-americanas levam mais de 30 minutos para resolver um incidente reportado por um usuário. A ausência de plataformas de monitoramento de TI capazes de oferecer uma visão preditiva sobre os serviços de TI pode contribuir para esse atraso.
Uma forma de evitar essa situação é contar com uma solução de monitoramento de serviços de TI que, primeiramente, defina os Service Level Objectives (SLO) que garantam a continuidade dos processos de negócios. Baseada nessas métricas, a solução calcula o Service Level Agreement (SLA) de performance e disponibilidade do recurso digital necessário para suportar o SLO. No caso de o SLA não ser atingido, a plataforma envia alertas sobre essa violação das melhores práticas de TI. O gestor de TI não só não é pego de surpresa por um mar de incidentes gerados por essa falha como consegue atuar de forma proativa, de modo a evitar o caos.
A visão preditiva tanto sobre serviços de TI como sobre todos os outros elementos de TI – dispositivos, aplicações, redes – é algo que pode ser obtido a partir da utilização de uma plataforma multiprotocolo de monitoramento. A partir de um single glass panel, é possível ver o todo (componentes digitais e serviços de TI) e, quando necessário, descer ao detalhe do detalhe dos heterogêneos e distribuídos ambientes digitais das grandes empresas brasileiras. Para reduzir a latência, uma boa estratégia é contar com plataformas de monitoramento que, apesar de atuar como uma única solução, podem ser instaladas de forma horizontal em diversos servidores ao longo de toda a topologia da rede.
Na economia digital brasileira, a TI é continuamente cobrada pelos líderes de negócios. É essencial contar com soluções de monitoramento que possam antecipar desafios e entregar respostas antes da crise acontecer.
Luis Arís, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Paessler LATAM.