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Como captar investimentos para startups em estágio inicial

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Faça o dever de casa! Este é o primeiro passo que você deve ter em mente, antes mesmo de pensar em abordar um investidor-anjo e pedir investimento para a sua startup company.

“Fazer o dever de casa” significa estudar profundamente o seu projeto por diversos ângulos e não apenas observá-lo pela perspectiva que acha mais fácil e conveniente. Pergunte todos os porquês imagináveis, analise o comportamento dos usuários, o mercado, os competidores, como planeja a execução do negócio e tudo o que estiver relacionado ao seu projeto. Vire e revire a sua ideia e entenda se ela é realmente viável. Se em todas essas buscas não aparecerem novos porquês, é sinal que algo está errado.

Mesmo sendo o idealizador e, talvez, a pessoa capaz de executar, você não é o dono da verdade e, provavelmente, não conseguirá tocar a sua nova startup company sozinho. Encontre um co-founder que esteja disposto “a escalar o Monte Everest” com você, mesmo sabendo que a chance de chegar lá em cima é pequena, que não terão os recursos dos alpinistas profissionais e, nem de perto, a mesma experiência deles. Saiba que é preciso ter muita garra e que, se chegarem lá em cima, a vista recompensará todo o esforço.

Esse ou esses co-founders, citados acima, não podem ter aquele perfil de pessoa que concorda com tudo o que você diz e acha que você está sempre certo. É necessário muito questionamento. Questione os outros e seja questionado! Procure pessoas capacitadas, que complemente os seus pontos fracos e vice-versa. Opiniões divergentes, muitas vezes, chegam a resultados finais incríveis. Entenda que você precisará de sabedoria para lidar com as tomadas de decisões estratégicas. Tudo isso ainda falando da fase de estudo, aqui você ainda nem apresentou a sua ideia ao investidor.

Eu, por exemplo, já passei três meses estudando um projeto, o da Pronto Rush, antes de apresentá-lo ao meu primeiro investidor. Após um intenso trabalho de pesquisas junto com o meu co-founder, Davi Guedes Neves, fizemos a primeira apresentação e, em uma semana, conseguimos a primeira rodada de investimento. O que fizemos com o dinheiro em caixa para começar a empresa? Executamos o projeto? Não! Decidimos, primeiramente, contratar uma equipe de profissionais que nos auxiliou em mais dois meses de um estudo ainda mais intenso, conduzindo um processo de Service Design.

O que eu quero dizer é que com o dever de casa muito bem feito, quando chegar o momento de apresentar a sua ideia ao investidor, transmitirá a segurança necessária de quem entende do assunto – porque você realmente entende! Nas suas respostas cite fontes, referências, navegue pelos temas com a calma e a naturalidade de quem sabe o que está fazendo. E caso não tenha alguma resposta, não tem problema, desde que esteja preparado e não seja pego de surpresa. É muito diferente quando você responde com responsabilidade, informando que já chegou a mapear aquele assunto, mas que, no momento, não tem a resposta, destacando o motivo e expondo que mais pra frente, durante a execução do projeto, resolverá essa questão em aberto.

Resumidamente, esteja realmente preparado ao apresentar a sua ideia. A sua chance de reunião com o investidor é única. Se perdeu, perdeu. Se ganhou, ganhou. E a segunda opção é melhor, não é mesmo? Não é para isso que, nós empreendedores, estamos aqui?

Outro fator indispensável, antes de abordar um investidor, é saber claramente como será a sua nova companhia. Ela será incorporada no Brasil? Será uma empresa limitada ou uma sociedade anônima? E a estrutura corporativa? Todos esses fatores farão muita diferença na hora de abordá-lo. Um investidor experiente não será seu shareholder em uma empresa limitada e obrigará que você a transforme mais a frente em uma sociedade anônima para que ele seja acionista.

A estrutura corporativa ideal para uma empresa receber investimento e ter diversos acionistas é a sociedade anônima que citamos acima ou uma C-Corp, nos Estados Unidos, por exemplo. Ou seja, se o seu plano é fazer com que a startup company cresça e receba investimento-anjo, seed e, mais pra frente, continue recebendo outros investimentos, porque não começar da forma ideal? É claro que, para isso, é necessário muito mais experiência na administração, contabilidade e governança. Mas, se você realmente está procurando investimento sério, é uma estrutura corporativa séria que precisa criar e gerenciar. E prepare-se para isso!

Finalmente, saiba o que pedir e esteja disposto a negociar a fatia do bolo que ficará com o seu investidor. O ideal é nem muito e nem pouco. Para ter uma ideia do quanto pedir, você precisa ter uma visão clara de quais serão os seus custos operacionais, despesas e previsões de faturamento. Faça uma projeção financeira que contemple, no mínimo, 3 e, idealmente, 5 anos. Mais importante do que mostrar que você terá mil reais por mês com algum tipo de despesa, é saber porque gastará esse dinheiro. Com os números, você terá clareza para saber o que pedir. Faça de forma objetiva, por exemplo, é “isso” e não mais ou menos “isso”. Não esqueça de justificar também a necessidade desse valor em questão. Afinal, você fez o seu dever de casa e sabe porque precisa desse “X”, certo?

Quando chegar o momento de executar, você estará muito mais preparado e terá clareza de quais caminhos trilhar. E esse é apenas o começo. Arregace as mangas e boa sorte!

Felipe ‘Phil’ Neuwald, CEO da Pronto Rush.

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