Setor de distribuição de TI deve recuar mais de 8% neste ano, indica Abradisti

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A estagnação econômica do país deve causar forte impacto no mercado de distribuição de TI. Pelo segundo ano consecutivo o setor deve fechar em queda, desta vez de mais de 8%, segundo a 6ª edição da pesquisa anual da Associação Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informação (Abradisti), encomendada à IT Data. A consultoria estima que o faturamento do setor deve atingir R$ 11,5 bilhões neste ano, contra R$ 12,6 bilhões em 2014.

O estudo mostra que 82% do faturamento das empresas do setor vieram da distribuição de software e hardware relacionado à TI, mas, apesar do alto percentual de participação das duas categorias no faturamento total, ambas registraram queda nas vendas em relação a 2014.

"Foi mais um ano complicado e com resultados aquém do esperado. Devido às incertezas econômicas do Brasil, muitas empresas congelaram investimentos em tecnologia, refletindo diretamente em nosso setor", afirma Mariano Gordinho, diretor executivo da Abradisti. "Os distribuidores que diversificaram seus negócios com prestação de serviços e comercialização de produtos não relacionados a TI alcançaram um desempenho superior à média do mercado", completa.

Revendas bastante afetadas

A crise econômica e a alta nos preços dos aluguéis têm levado cada vez mais revendedores a abandonar as lojas físicas e migrar para a internet ou até mesmo para o home office. Neste ano, 57,6% das empresas pesquisadas não tinham loja física, um aumento de 5,6% em relação ao ano passado. Deste total, 36,5% têm apenas um escritório comercial e 21,1% trabalham em home office.

Outra característica apontada pela pesquisa é a de que a maioria das empresas (51,4%) tem entre um e três functionários, enquanto o número de empresas com apenas um empregado — que comercializa os produtos e presta consultoria de TI — já representa 28,7%, um aumento de 3,7% em relação ao ano anterior.

Quanto à fonte de faturamento, a prestação de serviço é responsável por 40,5% da receita das revendas brasileiras, tendência que já vem sendo observada nos últimos anos. Houve queda nas vendas e nas margens de lucros de outros produtos, especialmente de hardware, cuja participação caiu de 31,4% para 26,9%.

Queda nas vendas do varejo

A crise afetou também o setor de varejo, que apresentou resultados abaixo do esperado em 2015. As maiores baixas foram registradas nas vendas de tablets (-56%), televisores (-37%) e notebooks (-17%). Até mesmo os smartphones, produtos mais desejados neste ano, tiveram um recuo de 17% nas vendas.

No geral, a IT Data estima uma queda de 20% nas vendas de produtos de informática no primeiro semestre deste ano. A expectativa é justificada pelo fato de que a classe C, público dominante do varejo, está enfrentando a alta dos preços e a diminuição da renda, além de pouca oferta de crédito.

Neste ano, a previsão inicial foi de 5,6% de crescimento no orçamento em relação ao ano anterior, porém, o cenário econômico adverso e a redução nas verbas para investimento em TI alteraram o resultado. A previsão atual da IT Data é que o ano termine com um crescimento de 2,8%, um percentual muito mais baixo do que a inflação prevista no ano (9,8%).

Para 2016, a estimativa é que o mercado de TI no Brasil cresça 2,8% no segmento corporativo e que haja um recuo de 6,8% nas vendas para pessoas físicas. Se a previsão se concretizar, haverá um crescimento de apenas 0,8% do mercado. Com a cotação do dólar na faixa dos R$ 3,90, somada ao baixo crescimento dos investimentos em TI, a retração real pode chegar a 14,7%.

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