Mercado de smartphone recua 3% e abre espaço para o mercado cinza

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Após crescimento no segundo trimestre de 2019, que não ocorria desde o terceiro trimestre de 2017, o mercado brasileiro de celulares voltou a cair. Nos meses de julho, agosto e setembro de 2019, as vendas registraram queda de 1%, segundo o estudo IDC Brazil Mobile Phone Tracker Q3 2019, da IDC Brasil. No período, foram vendidas 11,3 milhões unidades. Do total, 10,5 milhões foram smartphones (queda de 3,3%) e 865 mil foram feature phones (alta de 40,3%).

O principal motivo para a queda do setor no período foi a retração do consumo no País por conta do cenário macroeconômico desfavorável. Segundo Renato Meireles, analista de Mobile Phones & Devices da IDC Brasil, a desaceleração no consumo no terceiro trimestre de 2019 levou os fabricantes a baixarem os preços dos aparelhos, mas não foi o suficiente para o mercado reagir. "O varejo estava abastecido desde o segundo trimestre de 2019 e as empresas precisaram incentivar a compra. Isso influenciou o ticket médio dos produtos", diz. O preço dos smartphones baixou 5,7% em relação ao terceiro trimestre de 2018, custando em média R$ 1.165, e os feature phones tiveram queda de 21,9%, custando R$ 113.

Com as promoções, o consumidor acabou comprando smartphones intermediários premium por preço de intermediário de entrada – com preço de R$ 700 a R$ 1099 -, que tiveram aumento de 88% nas vendas "O consumidor já está no seu quarto ou quinto smartphone e quer modelos com inteligência artificial, câmeras mais poderosas, mais memória interna etc. e, no período, encontrou celulares avançados por preços mais baixos", afirma.

Já o mercado de feature phones continuou crescendo no terceiro trimestre de 2019, registrando alta de 40,3% na comparação com o mesmo período de 2018, depois de um aumento de 34% no segundo trimestre de 2019. O principal motivo, segundo o analista da IDC Brasil, foi a demanda que ainda existe para este tipo de aparelho e não a chegada do KaiOs. Por enquanto, o sistema operacional influenciou apenas a receita, já que o KaiOs deixa os feature phones um pouco mais caros. "Os fabricantes terão o desafio de fazer o consumidor compreender quando ele precisa de um smart feature phone e quando precisa de um smartphone básico, porque o ticket médio desses aparelhos são parecidos", afirma Meireles.

Quanto à receita do mercado de smartphones no terceiro trimestre de 2019, diminuiu 9% na comparação com o mesmo período de 2018. O faturamento do setor no período foi de R$ 12,3 bilhões. Já para os feature phones, a receita fechou em R$ 97,7 mil, alta de 9,6%.

Mercado Cinza

terceiro trimestre de 2019 também foi marcado pelo avanço do mercado cinza de smartphones, que cresceu 537,3% em relação ao mesmo período de 2018, vendendo 1.282.173 unidades (quantidade que não faz parte do número total de 10.518.908 do mercado de smartphones). Segundo a IDC Brasil, o movimento do mercado cinza vem crescendo desde o primeiro trimestre de 2019, quando a chegada de empresas chinesas no País despertou o interesse do consumidor, que quis comprar os lançamentos, mas pesquisou preços e recorreu aos comércios que praticam a venda destes produtos ilegais, pois os produtos são ainda mais baratos.

Para os meses de outubro, novembro e dezembro de 2019, a IDC Brasil prevê um aumento de 5,1% no volume total de vendas de smartphones no País. "A expectativa é fechar os últimos três meses do ano com aumento por conta de eventos como a Black Friday e um cenário macroeconômico melhor, com índice de inflação mais baixo e confiança do consumidor mais alta", explica o analista. Os preços tendem a seguir mais baixos com as promoções da época e influenciar a receita do mercado, que deve continuar em queda. Para o ano de 2019 como um todo, a previsão da IDC Brasil é que o mercado de smartphones retraia 0,5%.

Em relação a categoria de feature phones a previsão da IDC é que o mercado cresça 20,4% nos meses de outubro, novembro e dezembro, e 23.0% no ano todo de 2019.

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