A defasagem cambial, com a sobrevalorização do real frente ao dólar, está impactando fortemente o chamado custo Brasil na produção de software e nos serviços de TI, o que tem levado a perda de competitividade das empresas brasileiras na exportação de serviços de TI. A avaliação é do vice-presidente de software da IBM para a América Latina, Marcelo Spaziani, ao admitir que existe a possibilidade de a operação brasileira da IBM enfrentar uma certa desaceleração nas vendas de serviços para o exterior.
O executivo afirma que até o momento, porém, a companhia não sentiu o efeito do câmbio. "Com a sobrevalorização do real perdemos em competitividade, pois o custo se torna mais alto. Disputamos contratos com operações da IBM de outros países e, por conta da situação do câmbio, podemos perder essa disputa em alguns negócios", pondera.
Spaziani diz que, apesar desse cenário, não há uma preocupação extrema da operação brasileira da IBM. Isso porque, segundo ele, uma possível desaceleração nas exportações de serviços pode ser compensada com as vendas para o mercado local. "Foi justamente essa visão que passei ao board. Caso o Brasil reduza as vendas para o exterior, é provável que consigamos equilibrar os negócios com o mercado interno."
A confiança do executivo reside no fato da operação brasileira vir crescendo a taxas bastante razoáveis – que ele não revela –, tanto que o Brasil hoje está entre os três principais mercados para a IBM dentre os países emergentes. Atualmente, explica Spaziani, o foco da IBM no Brasil está voltado para a realização de grandes investimentos visando o crescimento da operação. "Nossa meta é continuar crescendo a taxas mais rápidas que as operações em países maduros", diz ele, ressaltando que para isso a IBM Brasil precisa aproveitar o forte direcionamento da companhia para países emergentes e as oportunidades de mercado.
Entre estas oportunidades, Spaziani cita o cloud computing, segmento que, segundo ele, pode gerar intensa demanda para a IBM Brasil. Ele salienta que agora esse mercado virou uma realidade, à medida que as empresas começam a investir pesadamente na tecnologia. Além disso, cita a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 como grandes oportunidades para a IBM Brasil.
*O jornalista viajou a Las Vegas a convite da IBM.
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