Acusados de fornecer dados confidenciais de usuários à Agência Nacional de Segurança (NSA) e ao FBI (polícia federal americana), o Google e o Facebook tentam se defender alegando negar rotineiramente as exigências das autoridades federais para acesso a determinados dados, segundo pessoas ligadas ao assunto relataram ao The Wall Street Journal. Advogados do Google dizem que analisam minuciosamente cada pedido do governo e, quando acreditam que o requerimento é demasiadamente abrangente, contestam, enquanto o Facebook afirma rejeitar frequentemente pedidos ou solicitar ao governo que os reduza, ou ainda forneça informações adicionais que justifiquem a base legal para os pedidos.
Além das duas companhias, Microsoft, Yahoo, Skype, YouTube, Apple, PalTalk, e AOL foram apontadas pelo jornal inglês The Guardian e o americano The Washington Post como facilitadoras do acesso da NSA e o FBI a suas centrais de servidores permitindo, inclusive, extração de conversas de áudio e vídeo, fotografias, e-mails, documentos e registros de conexão, como parte do programa de espionagem ultrassecreto do governo, denominado Prism, visando detectar possíveis terroristas estrangeiros.
Na última terça-feira, 11, o Google, a Microsoft e o Facebook pediram “transparência” ao governo dos EUA no caso. O gigante das buscas teve a iniciativa e solicitou, por meio de carta, permissão ao governo americano para publicar um resumo dos dados dos usuários que foram solicitados pela administração de Barack Obama por razões de segurança nacional.
As pessoas envolvidas no caso destacaram ainda que os pedidos para o Google para obtenção de conteúdo muitas vezes envolvem pesquisas feitas pelas pessoas, mensagens de e-mail completas por meio do Gmail e correio de voz armazenados no Google Voice. Isso significa que, apesar do Prism ser destinado a estrangeiros, número dados dos americanos recolhidos pode ser significativo.
As empresas podem explorar a falta de desejo por um investigador para entrar uma batalha legal para limitar os dados recolhidos. Por exemplo, se os dados são solicitados por um ano, a empresa pode negociar para oferecer dados para apenas um mês, disseram pessoas familiarizadas com as ordens. Contudo, não existem padrões para a forma como as empresas liberam a informação.