A notícia não poderia vir num momento mais inoportuno. Menos de um mês depois de a juíza Lucy Koh, do Tribunal Distrital da Califórnia, ter questionado o acordo feito por Apple, Google, Intel e Adobe, que se dispuseram a pagar cerca de US$ 324 milhões para pôr fim a uma ação judicial coletiva na qual são acusadas de ter feito um acordo por debaixo dos panos para não contratação de funcionários uma da outra, o The Wall Street Journal publicou nesta segunda-feira, 14, que dois membros do Conselho de Administração do Google procuraram os fundadores da empresa, , para que “roubassem” funcionários do Facebook.
O diário americano teve acesso a e-mails os quais revelam que os executivos do Google começaram a ficar preocupados com Facebook por volta de 2007 e teria oferecido propostas tentadoras para roubar alguns dos principais talentos do rival.
Os últimos e-mails, enviados em 2010, mostram que os membros do Conselho do site de buscas, Paul Otellini, CEO da Intel, e John Doerr, do fundo de investimento de risco Kleiner Perkins Caufield & Byers, defenderam que o Google precisava intensificar o recrutamento de empregados de empresas concorrentes.
Uma troca de e-mails entre Prasad Setty, vice-presidente do Google, e o chefe de segurança da companhia, Shannon Deegan, confirma a acusação:
“Paul/John perguntam quem pode chegar aos Facebookers. Eles sugerem que temos Larry/Sergey para chegar, em vez de pessoal de comando” — disse Setty.
“Eu não concordo que deveríamos perguntar a Larry e Sergey para chegar aos Facebookers. Isso rapidamente acaba vazando e acredito que não ficará muito bem” — respondeu Deegan.
Os autos não trazem nenhuma evidência de que Brin ou Page recrutraram pessoalmente funcionários do Facebook.
Mas três anos antes a área de engenharia do Google também teria sido alvo da mesma prática, com empresas concorrentes tendo feito ofertas a seus funcionários. Daí inclusive a suspeita de que tenham decidido firmar acordos para não contratação de funcionários entre si.