A necessidade constante que os CIOs hoje têm de transformar a área de TI de ?centro de custo? em ?centro de valor? vem sendo a causa de suas maiores dores de cabeça, ou seja, entregar um valor maior à área de negócios. Uma recente pesquisa realizada nos Estados Unidos aponta que a grande maioria deles concorda que o valor de negócio significa aquele proporcionado ao investidor e, historicamente, o foco tem sido obtido pelos resultados gerados nas simples iniciativas de redução de custos.
Esse mesmo levantamento mostra que 66% dos líderes da área de TI acreditam que suas iniciativas de mensurar o valor nos negócios não foram bem sucedidas. Desse percentual, 46% acreditam que os investimentos na área de tecnologia foram desvalorizados na opinião de outros líderes. De fato, comprovamos que 70% dos orçamentos globais de TI são atualmente destinados à manutenção de centenas de milhares de aplicações nas organizações.
Devido a esses fatos, um enfoque disciplinado para ganhar visibilidade e prover a tomada de decisões de forma correta sobre o ciclo de vida dessas aplicações ? removê-las, investir mais, mantê-las ou substituí-las ? passa a ser uma necessidade fundamental para cada CIO.
Isso só ocorre de maneira eficaz por meio de um correto gerenciamento do portfólio das aplicações de negócios e de suas principais métricas como custo, performance e satisfação do cliente. Entre a TI e as outras áreas de negócios, acordos criteriosos como SLA (Service Level Agreement), disponibilidade, escalabilidade e tempo de resposta aos requisitos de negócios devem ser selados para garantir o sucesso das operações.
Para que o gerenciamento correto das aplicações seja colocado em prática, alguns passos fundamentais devem ser seguidos:
?Inicialmente, todos os recursos e informações disponíveis sobre a aplicação devem ser identificados para determinar o enfoque mais apropriado para a criação de um inventário. Os usuários da linha de negócios em questão devem ser envolvidos para que o ?valor? seja entendido, assim como quais são as informações chave para as tomadas de decisão;
?Posteriormente, as aplicações devem ser categorizadas. Aqui utilizo como exemplo as diretrizes do Gartner:
1-Fronteiriças ? são as que fazem as maiores mudanças na performance dos negócios e podem alterar um cenário competitivo;
2-Melhorias ? aplicações que ajudam as empresas a atingirem melhores resultados;
3-Utilitárias ? outras aplicações de missão crítica, que não oferecem grande contribuição na performance das companhias;
4-Infra-estrutura ? as que incluem elementos essenciais como redes, PCs, ferramentas de desenvolvimento, etc.
O grande desafio na elaboração desse inventário pode ser a coleta das informações sobre custos, satisfação do cliente e número de usuários já que as organizações possuem várias fontes que identificam aplicações. No entanto, elas realmente precisam de mecanismos que estendam as mãos para os ?stakeholders?. Dessa forma uma fonte de informações de negócios terá sido estruturada para cada aplicação identificada como crítica para a organização.
Uma vez definido o inventário, é necessário também validar um conjunto de métricas chave. Sua elaboração, juntamente com os usuários das linhas de negócios, é essencial e isso se torna a base de divulgação do valor de TI aos negócios. Essa atividade deve ser gerenciada diariamente, visando direcionar as métricas de negócios de maneira automatizada. Assim, os CIOs podem responder rapidamente as questões de TI e de negócios.
Esse portfólio de aplicações deve ser analisado e ao mesmo tempo oportunidades de investimentos e mudanças determinadas, bem como a criação de um ?road map? que deve ser apresentado às áreas de negócios. Finalmente entendidas as métricas de cada aplicação, pode-se determinar quando uma delas está abaixo de seu nível de aceitação.
O analgésico mais potente contra as atuais cefaléias deve ser uma solução que englobe uma visão integrada do portfólio das aplicações de negócios, fornecendo um painel de controle executivo que permita ao CIO gerenciar processos de negócios, chegando a detalhes nas suas métricas. Essa instrumentação deve possibilitar a correta priorização dos recursos da área de TI e a tomada de decisões de forma mais sustentada, além da entrega de um valor bem maior aos negócios de maneira contínua.
*Adriano Rezende Fernandes Alves é
vice-presidente de Tecnologia e Serviços da Compuware para a América Latina