Gestão de Projetos: Globalização e Mudanças

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Você já parou para pensar no número de mudanças culturais, tecnológicas, políticas, econômicas, só para citar algumas, que estão ocorrendo em sua volta neste exato momento? De uma maneira geral, é comum associarmos as mudanças significativas ao resultado de projetos bem sucedidos. Como conseqüência, gerenciar projetos de forma eficiente nessa era de grandes mudanças é um dos grandes desafios do executivo dos tempos modernos.
Um projeto é tecnicamente definido como um esforço temporário (possui data de início e de término) que tem por finalidade produzir um bem (produto ou serviço) com características próprias que o diferenciam de outros eventualmente já produzidos. Mesmo as empresas que exercem atividades consideradas essencialmente rotineiras podem, eventualmente, se ver diante da necessidade de execução de projetos, pois a maioria dos produtos ou serviços considerados rotineiros são o resultado de projetos bem sucedidos. Porém, não é somente nos tempos atuais que lançamos mão de projetos para resolver problemas. A humanidade vem planejando e realizando projetos desde o início dos tempos. Todas às vezes e em todos os lugares em que uma civilização iniciou-se e desenvolveu-se sempre existiram projetos para gerenciar. Mesmo sem as modernas técnicas, equipamentos e ferramentas disponíveis atualmente, as pessoas da época conseguiram organizar prazos, custos, alocação de material e recursos e também avaliar riscos e analisar as melhores alternativas para a criação, construção e implementação de produtos e serviços. Desta forma, construções foram erguidas, estradas foram construídas, leis foram escritas e uma infinidade de artefatos foi criada para agilizar, facilitar e trazer maior conforto, segurança e satisfação às necessidades das pessoas.
Com o advento da globalização, a evolução dos meios de comunicação aliada ao progresso dos recursos de informática impôs uma dinâmica de aceleração progressiva aos processos de mudança em geral. Cada vez mais as empresas procuram buscar o estado de excelência nas suas atividades, sejam elas em relação a um determinado produto ou serviço. Segundo George Stalk, um renomado expert em estratégia corporativa e vice-presidente mundial do The Boston Consulting Group (BCG), e Thomas Houl, seu parceiro no livro Competindo Contra o Tempo, de 1990, a década de 80 foi considerada a década da qualidade, e a de 90 a década da responsividade (no sentido da resposta rápida ao mercado e no atendimento aos clientes). Já para Willian Gates, pai de Bill Gates e autor do livro Business @ the Speed of Thought, as empresas devem possuir um mecanismo de resposta rápida às mudanças, semelhante à capacidade do corpo humano em reagir de maneira automática aos estímulos do meio exterior. Porém, apenas responder de forma rápida a um estímulo não atende mais a todas as necessidades dos mercados; é preciso ser proativo. Estamos na era da proatividade, onde levam vantagem aqueles que conseguem se antecipar às mudanças.
Toda a experiência acumulada em séculos e séculos de realização de projetos aplicados em uma imensa quantidade de áreas e conhecimentos foram as idéias precursoras para a elaboração do conjunto de técnicas de gestão. Nós as conhecemos hoje como "modernas técnicas de gestão" expressas em modelos criados para padronizar e sistematizar a função de gestão de projetos. Ao mesmo tempo em que a globalização torna os mercados mais competitivos, o cliente moderno passa a ter mais opções e a ser mais exigente. É preciso que as empresas se adaptem a esse novo cenário, de forma a cada vez mais oferecerem produtos com maior qualidade e a preços mais competitivos. Para auxiliar os gerentes nesta prática, a Gestão de Projetos, considerada uma nova disciplina, está em ascensão. Harold Kerzner, diretor do International Institute for Learning (EUA) afirma que com as constantes fusões e aquisições de empresas, a gestão de projetos multinacionais será um dos grandes desafios da próxima década. Sua aplicação permite aos executivos:

•Estabelecer medidas de sucesso;
•Possibilita o alinhamento do foco no cliente;
•Quantificar valores e compará-los aos custos incorridos;
•Otimizar o uso dos recursos organizacionais;
•Incorporar princípios da qualidade;
•Colocar planos estratégicos na prática;
•Diminuir o tempo necessário ao lançamento de novos produtos e serviços (time-to-market).

A prática de gestão de projetos também ganhou popularidade nas últimas décadas em razão das transformações significantes no ambiente de trabalho. Algumas dessas transformações incluem processos de redução de funcionários e funções (downsizing), o crescimento exponencial da tecnologia e empresas e organizações multinacionais que procuram estabelecer padrões e uniformizar as práticas de gestão de projetos (PMI®). As técnicas de gestão de projetos podem ser encontradas em várias indústrias e tipos de empresas e organizações, como construção civil, tecnologia da informação, saúde, serviços financeiros, educação e treinamento entre muitas outras.

Referência Bibliográfica
•ADAMS, John R., Principles of Project Management, Project Management Institute -PMI®, 1996.
•GATES, Willian H., III, Business @ the Speed of Thought, New York, NY: Warner Books, 1999.
•KERZNER, Harold, Project Management – A Systems Approach to Planning, Scheduling, and Controlling, New York NY, John Willey & Sons, 2001.
•PMI – A Guide to Project Management Body of Knowledge – PMBOK® Guide, 2000 Edition, Project Management Institute – PMI®.
•STALK, George, Jr., HOUL, Thomas M., Competing Against Time: How Time-Based Competition is Reshaping Global Markets. New York, NY: The Free Press, 1990.

Palo A de Almeida é presidente da KPO Consulting & Educational Services

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