Empresas chinesas de tecnologia da informação e telecomunicações refutaram, durante audiência no Congresso americano, na quinta-feira, 13, a acusação de que teriam facilitado a espionagem de segredos comerciais e tecnológicos dos Estados Unidos pelo governo da China para impulsionar o desenvolvimento de sua economia, por meio das infraestruturas que têm instaladas no mercado internacional.
O diretor executivo da Huawei nos EUA, Charles Ding, e o vice-presidente sênior para América do Norte e Europa da ZTE, Zhu Jinyun, enfatizaram que as empresas são totalmente independentes do governo chinês e que nunca dariam apoio a ciberataques ou se engajariam à espionagem cibernética. “A Huawei não prejudicou e não prejudicará o sucesso econômico ou a integridade das redes de nossos clientes para beneficiar qualquer terceiro ou governo”, disse Ding. Já o executivo Jinyun ressaltou que a ZTE “é a empresa pública mais transparente da China e pode ser um ‘parceiro de confiança’ dos Estados Unidos”.
De acordo com o The Wall Street Journal, a preocupação é que o governo de Pequim possa ter acesso aos equipamentos das duas empresas, para rastrear e-mails ou interceptar sistemas de comunicação dos EUA. Parlamentares rebateram as afirmações dos representantes das empresas, observando que elas ainda não deram detalhes importantes sobre suas relações com o governo chinês. “Eu estava esperando mais transparência, mais objetividade”, afirmou o presidente do comitê responsável pelo caso, Mike Rogers. Ele afirmou que havia uma “esfera de influência governamental” nas companhias, a qual ambas são incapazes de identificar. Elas são fornecedoras de diversas operadoras em áreas rurais norte-americanas, com destaque para o Texas, e até mesmo áreas metropolitanas, como Chicago.
A investigação, que já dura um ano, prossegue como parte de um amplo debate em Washington sobre o crescente poder político, comercial e econômico da China.