Fusão da Aastra e Mitel pode gerar receita conjunta de US$ 1,1 bilhão

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A fusão das empresas de comunicações unificadas Aastra e Mitel, ambas de origem canadense, anunciada no começo desta semana, deve gerar receita combinada de US$ 1,1 bilhão nos próximos dois anos e uma economia de custos de US$ 45 milhões no período. A informação é do presidente regional da América Latina, Victor H. Roldán, que esteve nesta quinta-feira 14, em São Paulo, para fornecer detalhes da negociação.

A transação envolveu troca de ações e o pagamento pela Mitel de US$ 6,52 por ação da Aastra, em dinheiro, o que eleva o valor total da transação para aproximadamente US$ 374  milhões. A fusão já obteve aprovação dos acionistas majoritários das duas empresas e deverá ser aprovada por órgãos reguladores até fevereiro do próximo ano.

De acordo com Roldán, "o mercado acionário recebeu bem a transação, com valorização das ações das duas corporações, pois entendeu que os mercados nos quais elas atuam são geograficamente complementares, além da tendência natural da consolidação dos players do setor, haja vista que ele é muito dinâmico".

A empresa, que manterá o nome de Mitel, será constituída por 57% dos acionistas originários dela e 43% , da Aastra. O board será composto por nove membros, sendo seis executivos da Mitel e três da Aastra.

A Aastra era resultante de uma separação (spin-off) da Ericsson, em 2008, motivo pelo qual tem forte atuação na Europa Ocidental, de onde proveem 80% das receitas, notadamente Alemanha e França, juntas com 50% do total. Já Mitel tem 64% de suas vendas provenientes dos Estados Unidos. A previsão é que a nova empresa tenha receitas de US$ 611 milhões na Europa, US$ 479 milhões nas Américas e US$ 45 milhões na região da Ásia-Pacífico.

Roldán explica que 24% das receitas da região das Américas da Aastra vêm da América Latina, notadamente o Brasil, com 48% do total, seguido do México, Colômbia, Argentina, Chile, Venezuela e Caribe.  De acordo com Nivaldo Sancinetti, presidente da operação brasileira, a expectativa é que neste ano a operação local cresça da ordem de 40%, sem, no entanto, revelar números, apoiada nas vendas de ramais IP para grandes empresas e governo e soluções de contact center.  

Outra aposta da empresa são soluções de comunicações unificadas na nuvem, já que nos Estados Unidos, ela fatura cerca de US$ 100 milhões, onde tem uma base de 300 mil usuários, com destaque para o backbone de uma rede de universidades interligadas, o qual gerencia as comunicações por voz, e a parceria com a AT&T no segmento de grandes clientes. "Investimos cerca de US$ 100 milhões em pesquisa e desenvolvimento e pretendemos, já no próximo ano, oferecer esse tipo de solução aos clientes da América Latina. O potencial global da base instalada de nossos clientes soma US$ 18 bilhões, e ela se prepara para usar nosso software e serviços hosteados em cloud", acrescenta.

Devido ao "período de silêncio", exigido legalmente pelas autoridades canadenses e norte-americanas, o executivo não adiantou como será  a fusão das operações no Brasil, já que a Mitel, com sede no Rio de Janeiro, também atua no mercado local. Em 2010, chegou a ser anunciado que ela iria formar uma joint venture com o empresário Eike Batista, fato que não se concretizou. O escritório da Aaastra em São Paulo conta 33 funcionários, atua com uma rede de dez canais espalhados pelo país, além de vendas diretas para grandes clientes como Petrobras, Banco Itaú, Bradesco, Senado Federal e Câmara dos Deputados.

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