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CEOs do Vale do Silício tranquilizam funcionários sobre ameaças de Trump

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Embora o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, tenha feito poucas menções ao sistema de concessão de vistos do país, desde startups a grandes empresas de tecnologia estão preocupadas com a ameaça dele de esvaziar o programa H1-B, visto de trabalhador temporário, da categoria não imigrante, mas que oferece a possibilidade de se obter o green card, documento de residência permanente nos EUA.

O visto H1-B é usado principalmente pelos trabalhadores da indústria de alta tecnologia, normalmente profissionais estrangeiros com título universitário e que desempenham trabalhos especializados que exigem conhecimentos teóricos ou técnicos. A lista de profissionais inclui cientistas, engenheiros, jornalistas e programadores de computadores, entre outros.

Nos dois últimos anos, por exemplo, startups e grandes empresas de tecnologia foram bastante pressionadas para aumentar a diversidade entre o trabalhadores. Ao mesmo tempo, elas precisam de habilidades técnicas especializadas e difíceis de encontrar, por isso têm buscado contratar talentos em todo o mundo, usando vistos H1B. CEOs de empresas de tecnologia têm pressionado Washington para aumentar o número de vistos que emitem todos os anos.

As ameaças de Trump também têm deixado apreensivos esses profissionais, assim como mexicanos, muçulmanos e outros grupos raciais, prometendo inclusive deportações em massa. Nos últimos dias, CEOs do Vale do Silício têm gastado boa parte de seu tempo tranquilizando seus funcionários.

O CEO Travis Katz, da Gogobot, startup que desenvolve app para viagem, disse em entrevista ao site Business Insider que nunca viu o país reagir dessa maneira depois de uma eleição. Ele começou sua carreira como economista no Banco Mundial, trabalhou na Fox Entertainment antes de entrar na área de tecnologia como gerente internacional do MySpace, em seu auge.

“Minha empresa é tão diversa… eu emprego imigrantes, judeus, mulheres, gays, asiáticos, índios, um árabe muçulmano e pessoas brancas, todos estão traumatizados”, disse Katz. “Eu fui claro com meus empregados, estava falando sobre isso ontem com eles, que sou um cara branco, mas não apoio racismo, não suporto misoginia, e não acho que as mulheres devam ser tratadas de forma diferente do que homens ou que pessoas com a pele branca devam ser tratados melhor do que os de pele escura. Que a confiança, comigo sendo um CEO, é saberem que este é um ambiente seguro para estar trabalhando.”

Ainda há um sentimento de preocupação no Vale do Silício, assim como em muitas partes do país. “Trump tem destacado muito especificamente os CEOs e empresas do Vale do Silício como maus atores”, diz Katz. Isto inclui a Amazon, Apple e as empresas que contratam trabalhadores no programa H1-B.

Vários e-mails entre CEOs de tecnologia para seus funcionários se tornaram públicos, e alguns executivos fizeram declarações públicas sobre a eleição. Meg Whitman, da HP, por exemplo, que criticou abertamente o tom de divisão da sociedade de Trump durante as eleições, está dizendo a seus funcionários para darem uma chance para ele provar que agirá de forma diferente.

Outros CEOs têm dito aos funcionários que o padrão de comportamento da Trump durante a campanha não será tolerado. “Apesar de humilhar, insultar e ridicularizar as minorias, os imigrantes e os deficientes físicos e menta, quero deixar claro que este comportamento e essas opiniões não têm lugar na nossa empresa. Se ele trabalhasse aqui, isso resultaria na sua imediata demissão”, escreveu o CEO da GrubHub, Matt Maloney.

“Eu absolutamente rejeito a política nacionalista, anti-imigrante e odiosa de Donald Trump e trabalharei para proteger a nossa comunidade desse movimento da melhor forma possível… Se você não concordar com esta declaração, responda a este e-mail com sua demissão porque não terá lugar aqui”, completou.

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