Na AL e no Caribe, consumidor quer pagamentos mais rápidos 

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O estudo Faster Payments Landscape in Latin America, da Visa, conduzido pela Americas Market Intelligence na América Latina e no Caribe, revela que 60% dos consumidores e das PME's das regiões pesquisadas gostariam de adotar métodos de pagamento mais rápidos. Segundo a pesquisa, 80% das pessoas entrevistadas consideram o surgimento de métodos mais ágeis uma facilidade bastante atraente, sendo que o interesse é maior entre consumidores jovens e de menor renda.

Mais da metade (52%) das pequenas e médias empresas declaram que provavelmente adotariam meios de pagamentos mais ágeis se tivessem essa opção. Isso traria melhorias de controle financeiro e de fluxo de caixa, respectivamente, ainda mais após a recessão provocada pela pandemia de covid-19.

O estudo também indica que mais de 30% dos pagamentos salariais nas regiões analisadas são realizados em dinheiro e que 80% das pessoas preferem receber de outra forma, o que evidencia a necessidade de uma infraestrutura de pagamento cada vez mais ágil, moderna e que corresponda aos anseios dos trabalhadores.

Pagamentos mais rápidos para consumidores

A rápida inovação tecnológica cria em muitos consumidores a expectativa de que quase tudo esteja disponível em tempo real e sem inconvenientes. De fato, o estudo revela que o acesso imediato ao dinheiro é o principal motivo para as pessoas desejarem adotar pagamentos mais rápidos (47%). A alta probabilidade de adoção de pagamentos rápidos é registrada em todos os mercados incluídos no estudo: Guatemala (91%), México (69%), Colômbia (63%), Peru (59%), Brasil (58%), Argentina (49%) e Chile (48%).

Os desembolsos de benefícios sociais são particularmente significativos no Brasil e no Chile, onde o auxílio social relacionado à covid-19 impulsionou os pagamentos do governo aos consumidores em 2020 e 2021.

No entanto, 50% dos consumidores pesquisados relataram problemas para receber pagamentos. A principal reclamação é a falta de controle quanto à data do recebimento, especialmente para trabalhadores temporários ou informais. Entre os principais casos de uso que geram desconfortos estão: pagamentos de seguro (57%), pagamentos de varejo (55%), desembolsos de empréstimos (53%) e a economia gig (53%).

Segundo relatos das PMEs, mais da metade dos pagamentos leva mais de 24 horas para chegar ao beneficiário e os pagamentos internacionais estão entre os mais corriqueiros e problemáticos. Os atrasos nos pagamentos são apontados como o principal desafio.

Melhorando o fluxo de caixa de PMEs

Receber rápido e pagar de forma descomplicada está se tornando fundamental para o crescimento das pequenas e médias empresas. A pesquisa descobriu que as principais causas de frustração com os pagamentos são a velocidade e a disponibilidade de fundos. Com efeito, 45% sofreram com a falta de fluxo de caixa no ano passado.

As empresas de médio porte foram as mais impactadas e quase metade recorreram a empréstimos adicionais para solucionar problemas de liquidez. Entre as PMEs afetadas, metade enfrentou problemas de caixa mensalmente durante a pandemia e um terço, pelo menos, uma vez a cada duas semanas.

Criptomoedas

Outra descoberta do estudo destaca que o uso de carteiras de criptomoedas está aumentando a demanda das PMEs por serviços financeiros não tradicionais. As empresas que recebem pagamentos internacionais, por exemplo, têm duas vezes mais chances de receber ativos digitais do que as que só recebem pagamentos domésticos, o que reflete a crescente importância das criptomoedas como veículo para transferências de fundos internacionais.

Tendo em vista o crescente interesse em criptomoedas em todo o ecossistema de pagamentos da América Latina, o relatório revela que 10% das PMEs já começaram a usar carteiras de criptomoedas. As companhias argentinas lideram a adoção, seguidas pelas brasileiras e colombianas. A maioria que trabalha com criptomoedas opera no varejo, principalmente em subcategorias de venda de eletrônicos e roupas.

Abrangência do estudo

O estudo teve a participação de consumidores e empresas da Argentina, Brasil, México, Colômbia, Chile, Guatemala e Peru e buscou identificar o cenário atual e as oportunidades e barreiras para pagamentos mais rápidos na região. A pesquisa incluiu entrevistas com 2.765 consumidores maiores de 18 anos e portadores de cartão de débito que receberam algum tipo de pagamento nos últimos 12 meses; 1.069 PMEs que receberam um pagamento de um credenciador/processador de cartão de crédito, marketplace ou emprestador nos últimos seis meses e de 30 instituições pagadoras que realizam no mínimo 10.000 transações de pagamento ao mês para pessoas e/ou pequenas e médias empresas.

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