As ações da Apple caíram abaixo dos US$ 500 nesta terça-feira, 15, após rumores de que a empresa teria cancelado pedidos de componentes para o iPhone 5. Por volta das 14h10 (horário de Brasília), os papéis a fabricante eram cotados a US$ 491,27 na bolsa eletrônica Nasdaq, preço 2% abaixo do fechamento do dia anterior. No fim do pregão, as ações caíram ainda mais, para US$ 485,92, um recuo de 3,15% em relação ao preço de abertura, que foi de US$ 501,75.
Reportagem do jornal japonês Nikkei, com representantes da indústria asiática que fornece componentes para a Apple, sugere uma queda na demanda pelo iPhone 5. Os relatos foram ouvidos também pelo The Wall Street Journal. A grande incerteza, conforme especialistas ouvidos pelo jornal britânico The Guardian, é sobre o inventário da Apple. Ninguém sabe ao certo como anda o estoque da fabricante, ou como está a qualidade da produção.
“Uma simples explicação seria o aumento da produção de telas. Antigamente, eles teriam que descartar 90% da produção por não atingir o padrão de qualidade imposto pela Apple. Caso essa porcentagem tenha diminuído, obviamente os pedidos excedentes serão suprimidos”, especula Horace Dediu, da consultoria Asymco.
Ele também ressalta o investimento na casa das dezenas de bilhares de dólares em “instalações de manufatura”, conforme balanço da companhia. Dediu sugere a produção de displays sob o comando da Sharp, empresa que passa por dificuldades financeiras e atualmente é a principal fornecedora de telas à Apple. Segundo ele, isso poderia implicar na redução de pedidos a outros fabricantes. “Eles simplesmente não sabem qual o inventário da Apple, ou que a empresa precisa. Uma fornecedora não tem nenhuma visibilidade da demanda dos consumidores de uma parceira, e a Apple nunca contaria nada a eles”, diz o executivo, referindo-se às fontes ouvidas pelos dois jornais.