Comunidades e redes sociais pela democracia

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A última eleição presidencial no Irã teve ao menos um aspecto relevante: os simpatizantes da oposição, derrotada no pleito, lançaram mão da Internet e suas redes sociais para protestar e organizar manifestações públicas contra os resultados do pleito. Independente do que podemos achar do resultado, o fato é que as redes sociais e comunidades virtuais cada vez mais vêm sendo utilizadas para unir pessoas em torno de um ideal. Na China não é diferente.
Antes mesmo de sua posse, Barack Obama – isso já faz um tempinho – vinha sendo alertado pelo serviço de segurança norte americano sobre o uso de seu email no celular. De nada adiantaram as recomendações: o presidente da nação mais poderosa do planeta decidiu manter seu email pessoal e seu smartphone. E manteve seu blog (http://www.barackobama.com) ativo e vem utilizando a web para se manter conectado com as pessoas.
Mais do que isso, Obama também decidiu criar o primeiro governo online do mundo imediatamente a partir do primeiro minuto após ter tomado posse. O portal da Casa Branca (www.whitehouse.gov) passou a ter uma série de ferramentas interativas.
Após ter uma das campanhas eleitorais mais conectadas da história, Obama demonstrou desejar fazer uso das ferramentas que a Internet pode lhe oferecer.
O que tudo isto nos mostra? Que utilização das ferramentas online pelas empresas deve ser vistas com outros olhos, mais modernos e apurados.
E o internauta brasileiro sabe muito bem utilizar estes recursos. Tanto que ele é comprovadamente aquele que reina nas redes sociais e blogs, segundo levantamento do instituto Nielsen em nove países: 80% dos internautas brasileiros utilizam os blogs e redes sociais para se comunicarem com as pessoas, um crescimento de 5,5% em relação ao ano anterior.
Mas, como a sua empresa lida com este cenário? Você já pensou em como criar uma comunidade corporativa?
Certamente você imaginará que esta coisa de comunidade é coisa de gente desocupada e que não tem mais nada a fazer do que sentar em frente do computador para fofocar com os amigos online. Bem, isto também acontece. Pode apostar.
Você já verificou se alguma outra empresa – do seu ramo de atividade ou não – possui uma comunidade online corporativa?
Mas, como criar uma comunidade online efetiva para sua empresa e colher os frutos que esta iniciativa pode lhe proporcionar?
Antes de qualquer passo, é necessário estabelecer quais os objetivos desta comunidade corporativa. Ela será para "fazer propaganda" da sua empresa ou para "integrar pessoas inteligentes" em torno do que a sua empresa pode oferecer aos seus "clientes".
Não queremos entrar em detalhes aqui sobre projeto visual e outros itens que devem ser levados em conta. O quem queremos aqui é saber o que realmente uma comunidade online corporativa pode fazer pela sua empresa.
Quais os serviços que esta comunidade corporativa pode ter?
Podemos citar:
– Notícias
– Fóruns de discussão
– Sistema de Busca inteligente
– Mecanismo de comunicação 1-to-1, ou seja, um membro da comunidade pode se conectar com outro membro
– sistema moderador
– FAQ
E outros serviços poderão ser criados a partir da evolução desta comunidade.
Muitas empresas já criaram suas comunidades e se beneficiaram com esta iniciativa. Por exemplo, uma grande fabricante brasileira de calçados tem utilizado várias sugestões dos membros de sua comunidade para alterar cores dos tênis e o tamanho das bolsas oferecidas no mercado.
Eis um bom exemplo de uso inteligente de uma comunidade corporativa online. E nem foi preciso gastar os tubos com pesquisa de mercado para se chegar a esta decisão. Não que as pesquisas não sejam úteis. Longe disso. È que, na verdade, as comunidades permitem uma comunicação mais próxima com o seu cliente. Sem que ele tenha que pegar o telefone para falar com alguém que ele nem sabe ser vai mesmo encaminhar sua sugestão. Ou até mesmo, quem sabe, ter que enviar uma mensagem para contato@empresa.com.br que nunca será lida.

* Francisco Monteiro, diretor da Inspirit, empresa global de tecnologias para a Digital Intelligence

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