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Fluxo de caixa: o calcanhar de Aquiles do e-commerce brasileiro

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É inegável o bom momento que o e-commerce brasileiro vive. O setor cresceu acima de 20% e em 2014 faturou R$ 34,8 bilhões de acordo com o relatório Webshoppers, da E-bit. Mais de 50 milhões de pessoas realizaram compras no último ano, o que corresponde à metade dos internautas do país. Além disso, a expectativa é chegar à R$ 40 bilhões em 2015, com um volume de vendas cada vez maior. Porém, a área também possui um ponto fraco que ameaça seu crescimento saudável: o alto custo do fluxo de caixa.

A fonte deste problema é a popularidade do pagamento em “12 vezes sem juros”, um dos principais argumentos promocionais utilizados na venda online no Brasil. A prática já está disseminada no país: ainda de acordo com a E-bit, cerca de 70% das transações no comércio eletrônico nacional são feitas com o cartão de crédito e 60% das compras são parceladas.

Parcelar compras faz toda a diferença para o consumidor em itens de alto valor, como na aquisição de uma geladeira de última geração. Para os estabelecimentos, significa alavancar a quantidade de compradores ao integrar aqueles que não conseguiriam pagar à vista, sendo uma ampla fonte de faturamento adicional. Porém, com a taxa Selic subindo aos maiores níveis em quatro anos, o “aluguel do dinheiro” está ficando mais caro no país e o fluxo de caixa das lojas virtuais mais difícil de financiar. Ao vender em doze parcelas, o empresário online precisa se desdobrar para honrar as faturas dos fornecedores enquanto os recebíveis chegam parcelados. Caso contrário, o caixa quebra e faz as lojas procurarem crédito caríssimo e que podem levar à falência.

Uma ferramenta disponível no mercado há pouco tempo e capaz de melhorar a gestão do fluxo é o pagamento por cartão de débito. Ele está se popularizando progressivamente porque a cobrança por este meio de pagamento significa um recebimento à vista para o estabelecimento.

Para acelerar o uso pelos consumidores de seus cartões de débito no consumo online, é preciso trazer a lógica dos estabelecimentos offline: fazer a mesma pergunta que pessoa no caixa faz – “bom dia, débito ou crédito?”. Dessa foram, o consumidor tem a escolha de concluir a compra como bem entender. Boa parte da população prefere gastar no débito para ter um melhor controle de suas despesas no dia a dia. Não é preciso impor o cartão de débito: apenas deixe a opção para o cliente.

Esse meio de pagamento já ganha força e adeptos em todos os setores por quatro motivos principais. Primeiro porque no cartão de débito o pagamento é à vista mesmo, enquanto que no crédito a venda à vista significa receber o dinheiro em trinta dias. Depois, o e-commerce elimina o risco de fraude, uma vez que lança um processo de autenticação do portador pelo próprio banco emissor do cartão. Além disso, a conciliação é agilizada com eliminação das diferentes datas de vencimentos. Por fim, a comissão do cartão de débito é significativamente menor do que no crédito.

O consumidor seguirá sempre com o direito de escolher a melhor forma de pagamento para suas compras. Mas se os varejistas oferecerem descontos nas compras de débito da mesma forma que já fazem com os boletos, as vendas serão maiores e melhoraram seu fluxo de caixa. Em um contexto econômico de incertezas, aumentar seus recebíveis à vista pode ser mais do que uma questão de rentabilidade. Pode representar a sobrevivência.

Jerome Pays, diretor de E-commerce da Lyra Network.

1 COMENTÁRIO

  1. Excelente matéria!

    É um problema que já atingia as lojas offlines e que consequentemente também atinge as lojas onlines.

    Uma das saídas para controlar esse problema seria negociar com o fornecedor para parcelar também a compra do material (com um estudo de tendencias de venda da empresa, consegue-se chegar a uma boa estimativa), prover descontos para pagamentos à vista ou em até 3 vezes.

    Outro ponto seria uma gestão e controle financeiro para ter um fluxo de caixa sempre positivo mesmo recebendo parceladamente, para evitar ter que pegar empréstimos bancários para pagar fornecedor.

    Hoje existem programas financeiros que ajudarão o empreendedor a entender a situação de hoje e do futuro para ter base para tomar a melhor decisão para a empresa.

    Convido a experimentar o inFinance, que lhe permite fazer uma gestão pelo fluxo de caixa, na qual é recomendada por uma grande parte dos especialistas em finanças empresariais. O acompanhamento sistemático do DFC permite a empresa detectar as possíveis deficiências do processo operacional.

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