Ao comemorar 50 anos de atuação no Brasil na semana passada, a francesa Bull anunciou a renovação do quadro de profissionais e a ampliação das áreas de atuação. A mais significativa foi a própria troca do presidente mundial, Didier Lamouche, que deixou o cargo no fim de maio, substituído por Philipper Vannier, de 50 anos, que era o presidente da desenvolvedora de sistemas eletrônicos de alta tecnologia Amesys, empresa comprada pela Bull no início deste ano.
A primeira viagem no cargo foi em visita ao Brasil, onde aproveitou para explicar as mudanças e sua visão para o crescimento da empresa, que tem como foco a volta da centralização dos sistemas de informação proporcionada pela computação de alto desempenho, outsourcing, segurança e cloud computing.
Segundo o executivo, mais de 45% dos 8,6 mil funcionários da Bull estão a menos de quatro anos na empresa, cujo faturamento global em 2009 chegou a 1,1 bilhão de euros. "Tivemos um primeiro trimestre com bom desempenho, com crescimento crescimento das vendas de 15,9% e de 9% a receita, para 273,2 milhões de euros", diz Vannier. Ele explica que a receita foi dividida em 113,7 milhões de euros provenientes da áerea de soluções e serviços; 84 milhões de euros de sistemas e hardware; 42,2 milhões oriundos da área de manutenção; 22,1 milhões de euros de segurança e sistemas críticos e 11,3 milhões da venda de produtos de terceiros.
A Bull América Latina, que tem a sede no Brasil e inclui Argentina, Uruguai, México e Peru, contribui com 4% da receita total do grupo, especialmente da área de serviços, cuja participação sobiu para 11%. O Brasil responde por 70,8% da receita total na região, cerca de 60 milhões de euros. "A previsão para 2010 é chegar a 74 milhões de euros, 23% de crescimento, elevando o Ebit de 2,4 milhões de euros para 4,5 milhões de euros", diz Vannier. O número de funcionários na região, segundo o executivo, também deverá aumentar dos 369 atuais para 450 até o fim deste ano.
Aposta no crescimento
A estratégia do novo executivo é dobrar a receita a cada três anos, com principalmente no aumento das vendas de serviços de valor agregado, novos modelos de computadores HPC e de cloud computing, onde a segurança e a virtualização serão peças-chave para o sucesso.
Na América Latina, a introdução dos produtos de segurança e defesa da recém-adquirida Amesys, também é outro trunfo com qual conta o novo presidente. "Estamos preparando a oferta, contratando pessoal e montando a nova estrutura para a área de segurança, que inclui produtos para a aérea de TI, monitoramento de internet e telecom, transporte aéreo, segurança predial e de fronteiras, antiterrorismo, vigilância e soluções para a área pública. No segundo semestre vamos divulgar como será a estratégia no Brasil", completa Alberto Araujo, presidente da Bull para o Brasil e América Latina.
Outro negócio importante da empresa são as máquinas de alto desempenho classificadas de Extreme Computing, como a vendida recentemente a Comissão de Energia Atômica da França, considerado o maior supercomputador do mundo, o Tera 100, com 1,25 petaflops.
A expectativa da empresa é que os protocolos de intercâmbio tecnológico assinados entre o Brasil e a França e a possível aquisição de caças franceses pelo governo brasileiro gerem novos investimentos nessa área no Brasil, que conta com sete grandes sistemas Bull instalados.
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