O Brasil lidera no quesito inovação tecnológica entre os países da América Latina e Caribe e foi responsável por 60% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) na região em 2007, de acordo com dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A pesquisa aponta ainda que o Brasil é o único país da região que destina acima de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) à inovação. De acordo com o BID, um dos pontos fortes do Brasil é dispor de mecanismos de fomento à pesquisa tecnológica.
O estudo ressalta, porém, que questões como burocracia e a falta de articulação entre os empresários impedem o crescimento da inovação brasileira e uma melhora na posição do país no ranking mundial, fato que ocorre também com os vizinhos.
"Em termos de disponibilidade de instrumentos para fomento à inovação, o Brasil, provavelmente, tem mais instrumentos do que qualquer outro país da América Latina. Quando fui aos estados e conversei com o setor empresarial, escutei queixas de que eles [mecanismos] são burocráticos, lentos e não têm suficiente informação", afirmou Flora Painter, chefe de Divisão de Ciência e Tecnologia do BID.
Outro problema detectado pelo banco é que os empresários não sabem como os instrumentos de apoio podem atender suas demandas. "Os empresários também não apresentam conhecimento necessário para expressar quais são suas necessidades e formular projetos", analisou.
De acordo com o estudo do banco, a participação da iniciativa privada é pequena na América Latina e no Caribe no montante de recursos para inovação. Enquanto no Brasil e no restante dos países latino-americanos e caribenhos, 60% dos recursos são provenientes dos governos, nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a contrapartida pública é de 36%.
Para Flora, o aporte menor de recursos por parte das empresas brasileiras pode estar relacionado a uma insegurança jurídica e econômica. "Para qualquer empresa, o investimento tem que se dar em um ambiente cômodo e estável. O Brasil teve avanços na estabilidade econômica e de políticas. No entanto, o país tem grandes problemas de financiamento com uma taxa de juros razoável para as empresas", explicou. Com informações da Agência Brasil.
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