Comissão aprova proposta que prorroga a desoneração da folha de pagamentos até 2026

0

A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2541/21, que prorroga de dezembro de 2021 para dezembro de 2026 a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia, considerados alguns dos mais intensivos em mão de obra.

Os setores são: calçados, call center, comunicação, confecção/vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carroçarias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, tecnologia da informação, TIC (tecnologia de comunicação), projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.

A comissão acolheu parecer favorável do relator, deputado Jeronimo Goergen (PP-RS) "A extinção da desoneração da folha representaria obstáculo à manutenção e à geração de empregos, pois agravaria custos de contração para os importantes setores da indústria, dos serviços, dos transportes e da construção", disse.

"A pandemia da Covid-19 impõe incertezas sobre a recuperação econômica no curto prazo. O ritmo da retomada não se encontra num patamar satisfatório, e os segmentos mais diretamente afetados pelo distanciamento social continuam bastante deprimidos. Por isso, não parece oportuno retirar os estímulos fiscais hoje existentes, em especial os de natureza tributária", afirmou Georgen.

A proposta aprovada altera a Lei 12.546/11, que trata de temas tributários. O texto também eleva em um ponto percentual a alíquota de Cofins-Importação para um conjunto de produtos, de forma a equilibrar os custos entre bens produzidos no Brasil e no exterior.

"Proponho a continuidade da desoneração da folha de pagamentos para todos os setores que atualmente se valem dela, a fim de promover o bem-estar social e o desenvolvimento econômico", disse o autor, deputado Efrain Filho (DEM-PB). Já o aumento da Cofins-Importação visa proteger os fabricantes brasileiros.

Vetos presidenciais

Em 2020, o Congresso Nacional aprovou o aumento da Cofins-Importação nos itens que concorrem com a produção de setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamentos. No entanto, ao sancionar a Lei 14.020/20, o presidente Jair Bolsonaro vetou esse ponto, e o Congresso manteve o veto.

Na ocasião, Bolsonaro também vetou a prorrogação, até o próximo dia 31 de dezembro, da desoneração da folha para os mesmos 17 setores. O Congresso, no entanto, derrubou esse veto. Na Câmara dos Deputados foram 430 votos a 33 em defesa da desoneração. No Senado, 64 votos a 2.

Segundo o governo, a desoneração até o final deste ano custará R$ 10 bilhões aos cofres públicos. O mecanismo permite que as empresas paguem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta em vez de 20% sobre a folha de salários. Os setores beneficiados dizem que isso ajuda a manter 6 milhões de empregos.

No projeto, Efraim Filho não estimou os custos da eventual nova prorrogação. "A análise do impacto orçamentário e das possíveis compensações, assim como de medidas para a boa governança e a prudência fiscal, poderá ocorrer durante o processo legislativo, com o oportuno diálogo com o Poder Executivo", disse.

Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.  As informações são da Agência Câmara.

Desoneração da folha é decisiva para manter empregos e implantação do 5G

Vivien Mello Suruagy, presidente da entidade, e vice-presidente da Contic, almeja a manutenção da desoneração da folha de pagamento não só este ano, mas também até 2026, conforme proposto no Projeto de Lei 2541/21, em tramitação na Câmara dos Deputados. Segundo a dirigente, "a medida é fundamental para manter empresas vivas e milhares de postos de trabalho, evitando o agravamento do desemprego no cenário ainda marcado pela pandemia e ao longo da difícil trajetória de recuperação da economia brasileira".

Lembrando que a desoneração abrange setores representantes de parte expressiva do PIB e geradores intensivos de mão de obra, Vivien enfatiza: "No ramo das telecomunicações, de modo específico, estamos no limiar da implantação do 5G. Nesse contexto, a medida é decisiva para planejarmos e definirmos investimentos e capacitação de recursos humanos. Caso não seja mantida, haverá aumento médio de 7,5% no custo e risco de quebra de empresas. Todos falam ser vergonhoso onerar os custos trabalhistas. Então, por que não resolvemos o assunto rapidamente?".

As entidades representam atividade constituída por 137 mil empresas, que empregam mais de 2,2 milhões de trabalhadores. "Na presente conjuntura, ainda permeada de incertezas, exigem-se providências que possibilitem um mínimo de equilíbrio no fluxo de caixa e previsibilidade. Agravar os custos da folha causaria imensa dificuldade aos negócios e colocaria em risco a meta prioritária de recuperação do mercado de trabalho", conclui Vivien.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.