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O ecossistema de dados e a sua relevância para empresas e clientes

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A transformação digital tem proporcionado mais eficiência e agilidade, além da possibilidade de personalização cada vez maior no atendimento ao cliente. A geração de dados tem proporcionado verdadeiras transformações nas empresas por intermédio da orientação de ações e estratégias a partir da análise de tendências, com uso de ciência de dados e um conjunto de tecnologias, para gerar percepções relevantes aos negócios. Mais do que gerar insights e potencializar resultados, os dados têm o papel de tornar a vida mais conveniente e segura na sociedade moderna. Iniciativas digitais em discussão ou em andamento nas empresas são totalmente dependentes das informações geradas para entregar benefícios ao negócio de forma pragmática.

Embora ainda pareçam novos, temas como ciência de dados, estatística e inteligência artificial já são discutidos há muitas décadas. A própria IA – inteligência artificial – surgiu de forma conceitual em 1956 e materializou-se em 1997 de forma positiva por intermédio de um computador que derrotou um grande mestre mundial de xadrez.

Há algumas décadas, trabalhar com dados de forma assistida por IA era restrito por duas principais razões: a indisponibilidade de dados e a capacidade de processamento. Quando falamos em indisponibilidade nos referimos a não haver volume e variedade suficientes que possibilitem estudos de regressão e análises estatísticas, permitindo assim a geração de insights com certa velocidade. Até então, o processo de coleta de dados era praticamente científico, enquanto hoje são produzidos em tempo real com a ajuda das telecomunicações e a disponibilidade de Internet nos mais diversos dispositivos.

De acordo com o site Seed Scientific, a quantidade de dados disponíveis no mundo no fim de 2020 era de 44 zettabytes. Para 2025 é esperado que haja a geração de 463 exabytes por dia – de forma comparativa, um zettabyte equivale a 1.024 exabytes. Com a geração de 463 exabytes de dados por dia, demorarão apenas 95 dias para que a quantidade de dados disponíveis no mundo seja ultrapassada. Para atingir essa produção de dados são estimados cerca de 75 bilhões de dispositivos com uso de IoT – internet das coisas – ao redor do mundo.

Se considerarmos que a estimativa será de 8,1 bilhões de pessoas no mundo em 2025, esses números representam o mesmo que 9,2 dispositivos gerando informações por pessoa. Avançando mais cinco anos, em 2030, nove a cada dez pessoas acima de seis anos serão digitalmente ativas, produzindo dados individualmente e deixando o seu “rastro digital” na internet.

Com a habilitação das redes 5G, o volume de dados gerados e trafegados aumentará de forma exponencial. Isso possibilitará a ampliação de análises e investigação de correlação entre variáveis jamais exploradas, como, por exemplo, um tipo específico de removedor de manchas para roupas com tonalidades escuras, considerando o histórico de compras de um determinado cliente e seu padrão de escolha de cores. Embora sejam categorias totalmente diferentes de produtos, com uma visão client centric é possível fazermos essa inferência.

Casos complexos de proposição de ofertas, no entanto, trarão dependência de seguirmos sendo assistidos por computadores para podermos processar tantos dados, o que nos leva à segunda razão: capacidade de processamento.

Para se trabalhar com grande volume de dados, tecnologias como Hadoop e computação de alta performance (HPC – high performance computing) são empregadas de maneira conjugada com o uso da nuvem. Empresas e indivíduos não precisam adquirir discos rígidos e processadores de última geração armazenados em data centers. O uso da nuvem permite utilizar recursos ajustados à necessidade das empresas e com readequação desses recursos com grande agilidade, seguindo o princípio da escalabilidade. Temos então uma enorme quantidade de dados úteis para qualquer negócio e a tecnologia disponível para processar e analisar os esses dados, mas então como extrair os resultados de todos esses dados? É exatamente aqui que o ecossistema de dados se insere.

Embora haja abundância de dados precisamos assegurar que esses dados sejam “ingeridos” e estejam disponíveis. Muitas vezes, diferentes organizações detêm conjuntos de dados específicos sobre um determinado processo ou população. Surge, então, um ecossistema de dados, no qual organizações concordam em compartilhar informações e insights, seguindo legislações locais – e respeitando a vontade do usuário, no caso dos dados pessoais -, de forma a criar valor para todos os participantes do ecossistema. E, esses ecossistemas podem se manifestar de diferentes maneiras, por data brokers, por configuração de compartilhamento de dados recíprocos, por ecossistema analítico federado ou ainda por modelo de dados colaborativo.

Os ecossistemas permitem que diferentes datasets sejam compartilhados e cruzados, de forma assistida por IA possibilitando novos insights, antes não mapeados. Essa ação é conhecida como a monetização dos dados, que é quando as organizações conseguem gerar valor para os seus negócios a partir do uso de dados, por intermédio de compartilhamento, geração de insights, criação de novos produtos e serviços ou mesmo revisão de modelos de negócio com novas fontes de receita a partir da diversificação do negócio.

Trabalhar conectado a um ecossistema de dados requer passos estruturados. Dados e tecnologias já estão disponíveis. E, informações via dados são o combustível da transformação rápida e da adaptação dos negócios. Muito em breve, trabalhar de forma data driven não será um diferencial, mas uma condição básica para permanecer competitivo no mercado. Sua empresa está se preparando para essa jornada hoje?

Caue Paiva Moresi, Insights & Data Practice Lead e Bernardo Caldeira (foto), Business Analytics Manager, Capgemini Brasil.

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