Inteligência na gestão de saúde: necessidade que gera boas práticas

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Cada vez mais, a importância de conhecer sua população para incentivar um público interno mais saudável, feliz e, consequentemente, mais produtivo, ganha relevância nos departamentos de recursos humanos (RH) das empresas. Já se sabe que, além de diminuir ganhos, funcionários doentes impactam nos custos com planos de saúde e impostos – o número de afastados de uma corporação influencia diretamente no custo de tributos, como o Fator Acidentário de Prevenção (FAP).

Por outro lado, ao mesmo tempo em que se sabe que se preocupar com um quadro de colaboradores saudável é fundamental, trata-se de um desafio proporcional ao tamanho da companhia em questão. Quanto maior a empresa, mais desafiador saber qual o melhor programa de saúde para impactar a qualidade de vida dos profissionais, aumentando a produtividade e, consequentemente, os lucros, e diminuindo os custos com planos de saúde e taxas governamentais.

Neste contexto, a importância de uma solução de Business Inteligence (BI) eficiente para gestão de saúde fica muito clara. Em empresas com grandes populações, é impossível saber qual programa terá mais impacto no quadro de funcionários sem a ajuda de uma ferramenta que reúna todas as informações deste universo e as analise, ajudando os gestores a tomar decisões. Como uma corporação com mais de mil vidas espalhadas em diversas filiais pelo Brasil inteiro saberá o que de fato impactará na saúde de seus funcionários sem contar com a tecnologia? Na prática, qual a real eficiência de um programa antitabagismo quando os colaboradores sofrem mais com diabetes ou hipertensão?

No entanto, apesar desta necessidade ser tão clara, de todas as áreas nas quais as grandes empresas investem, BI para saúde talvez seja uma das que menos recebem atenção. Poucas soluções que realmente apliquem uma camada de inteligência na gestão da saúde dos funcionários e a visão errada que é algo dirigido apenas para corretoras são alguns dos principais responsáveis por essa percepção equivocada.

A questão é que um BI eficiente na gestão da saúde é tão importante quanto às soluções de inteligência de negócios para relacionamento com clientes ou finanças. Além de aumentar a produtividade da força de trabalho – como mencionado anteriormente, um profissional saudável é muito mais rentável do que um colaborador estressado ou com dores -, uma solução adequada de BI pode auxiliar a empresa a diminuir custos com planos de saúde, afastamentos, atestados médicos, além de melhorar o clima interno.

Tomemos como exemplos os planos de saúde: hoje, o custo das apólices tem um impacto considerável nas folhas de pagamento. A Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH) aumentou 16% entre julho de 2012 e junho de 2013, o que o posiciona consideravelmente acima da média da inflação medida no mesmo período, que ficou em 6,7% (IPCA).  Mas, sem colocar uma camada de inteligência sobre toda esta informação, a corporação não consegue questionar, fazer diagnósticos ou ajudar sua população a ser mais saudável. Consequentemente, não consegue diminuir gastos com planos de saúde – pelo contrário: aumentam os funcionários doentes e os custos. E isso não significa que boa gestão de saúde é igual a colaboradores que não vão ao médico, pelo contrário: um funcionário com uma condição crônica que não se trata vai gastar muito mais, ao passo que se ele tiver acompanhamento médico adequado e programas que incentivem sua qualidade de vida, ele com certeza vai custar menos, ser mais saudável e mais feliz.

Outro caso que exemplifica a necessidade do BI é a dificuldade de medir o retorno de investimento (ROI) em ações de saúde e bem estar. Se eu sei como se comporta minha população, saberei medir os resultados de cada ação, conhecendo o valor per capita com saúde de cada funcionário. Em consequência, empresas que conseguem saber o ROI de seus programas, promovem mais e melhores iniciativas – quem tem mais retorno, consegue investir mais.

Uma ferramenta de BI eficiente analisa micro e macrocenários, permitindo aos gestores conhecer não apenas as razões pelas quais o preço da apólice cresce, mas dando a capacidade para verificar o uso dos planos, ajudando as populações a combater males que mais os aflige e acompanhando o tratamento de seus afastados. Claro que, como toda solução tecnológica, são necessários gestores treinados para dar um olhar crítico sobre os dados coletados pela ferramenta. Mas o que se vê atualmente é a falta de coleta e cruzamento eficiente destes dados, e não a falta de gestores.

Acompanhar processos críticos, demonstrar o retorno do investimento em programas de saúde, controlar custos, agir preventivamente e onde realmente estão os problemas: por estas e outras razões, BI na saúde deve e precisa ser um dos próximos investimentos das empresas brasileiras.

Fábio Mello diretor comercial da Gesto Saúde e Tecnologia (GST)

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