A área de Tecnologia da Informação – ou TI como alguns preferem – conquistou uma posição relevante dentro das empresas com a informatização das atividades. Conhecido antigamente apenas pelo suporte técnico, agora, o setor desempenha um papel estratégico para os negócios nas corporações. Se antes o CIO se preocupava com a manutenção de hardwares ou com a continuidade dos processos da sua infraestrutura de TI e softwares de gestão, hoje, ele tem outros desafios em mente. As soluções viraram commodity. O diferencial é a estratégia e o planejamento por trás delas.
O poder de contratação de tecnologia, que era concentrado no CIO e sua equipe, mudou e todos os profissionais podem ter acesso a diferentes softwares e aplicações no modelo SaaS (Software as a Service). Existia um investimento previsto para compra de soluções e/ou licenças de software que, atualmente, não é mais imprescindível. Os apps estão na nuvem, são departamentais e, muitas vezes, as suas aquisições independem do aval do time de TI.
Por isso, o setor de tecnologia deve entender este novo momento e o seu próprio posicionamento dentro da empresa. Já passamos por uma fase de automação de todos os processos nas organizações – movimento que muito colaborou para o ganho de agilidade e de escala. Atualmente, a tendência é a chamada “digitalização dos negócios”, que impacta diretamente neste novo cenário. Conceitos como mobilidade, nuvem, big data e Internet das Coisas (IoT) começam a fazer parte da rotina corporativa e mudam bruscamente a percepção da TI até aqui. Antes, o CIO e sua equipe encaravam os funcionários da companhia e fornecedores como clientes. Hoje em dia, somos todos parceiros de negócios e construir uma nova imagem (de liderança e de colaboração) é fundamental.
Antes de tudo, porém, é preciso olhar para as relações de dentro e de fora. Explico: é preciso rever as ligações que envolvem a área de TI, todos os outros colaboradores da companhia e os seus parceiros e fornecedores. Para se ter uma ideia, a IDC divulgou uma previsão de cenário pós-2015 para os CIOS que reforça ainda mais esta necessidade de reavaliação. Entre as premissas, a consultoria antevê que aproximadamente 35% dos relacionamentos de sourcing em torno de tecnologias que compõem a terceira plataforma (baseada nos pilares de cloud computing, big data, social media e mobilidade) falharão. O que isso significa? Além de tornar-se um verdadeiro viabilizador de novas formas para gerar receita a partir da digitalização dos negócios, é preciso que o CIO busque novos modelos e formas de relacionamento com os seus fornecedores.
Vale ressaltar que, assim como o papel do CIO está em evolução, os fornecedores também necessitam de um processo de reformulação. Para sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo, é necessário estar em movimento a todo o momento. Os parceiros devem, principalmente, ficar atentos às tendências. Existem muitas soluções tecnológicas projetadas para viabilizar as relações e agilizar os processos de sourcing – o fornecedor que ignorar essa existência e não aderir às inovações corre o risco de não sobreviver.
Nei Tremarin, CMO (Chief Marketing Officer) do Mercado Eletrônico.