Como o trabalho de pesquisa aplicada pode ajudar outras regiões a se tornarem polos de inovação?

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Não é novidade que a pesquisa aplicada tem sido cada vez mais importante. Mas, para quem não faz parte desse universo, o conceito pode soar ainda confuso. Por isso, antes de entrarmos no foco desse artigo, vou explicá-lo brevemente. O principal objetivo da pesquisa aplicada é gerar conhecimento para aplicação prática e imediata, ou seja, chegar ao mercado final. Um bom exemplo é quando um estudante de mestrado faz uma pesquisa e ela tem potencial de virar um produto/serviço real. 

Mas, como o trabalho de pesquisa aplicada pode ajudar as regiões a se tornarem pólos de inovação? Antes de tudo, é necessário apostar em produtos com potencial de mercado e que geram impacto na economia local. Segundo levantamento realizado pelo MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações), em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), a evolução da disseminação de parques tecnológicos no país nos últimos 10 anos teve um salto de 20% para 55%, uma alta de 175%. A maior parte destes parques está localizada na região Sul do país, 28 no total. 19 estão na região Sudeste, sete na região Nordeste, três no Centro-Oeste e um na região Norte. 

De olho nesse crescimento, fica cada vez mais evidente que o não investimento em pesquisa aplicada representa perda de espaço no mercado e capacidade de inovação, gerando desvantagens competitivas para todo o país. Pensando nesse cenário, uma boa alternativa é cocriar e explorar habilidades complementares entre organizações. Além da possibilidade de causar um grande impacto, o trabalho cooperado acelera e entrega melhores resultados. 

O primeiro passo para a consolidação de um polo é as regiões mapearem as habilidades técnicas, cadeias produtivas e vocações. Os governos também devem estar alinhados para que, do ponto de vista legal, o ambiente seja propício para o desenvolvimento de novos negócios, tornando a região promissora e com políticas públicas definidas. 

De acordo com um levantamento feito pela agência de classificação de risco Austin Rating, considerando 50 países, o Brasil ocupa a 38ª posição no ranking de crescimento econômico mundial. Porém, quando falamos de inovação, o Brasil fica em 57º lugar entre 132 países, sendo assim, podemos dizer que o país não produz pesquisa aplicada de forma proporcional à sua produtividade econômica. 

Por fim, o poder da inovação aberta é muito grande e com o uso de recursos tecnológicos se ampliou ainda mais. Ações cooperadas entre empresas, governo e outros atores podem gerar ótimos resultados, principalmente se o ambiente regulatório acompanhar as necessidades de atualização. Posto isso, o incentivo e investimento à pesquisa aplicada tornam-se essenciais, tendo em vista o poder de influenciar diretamente a sustentabilidade e crescimento de todo nosso país.  

Daniel Goettenauer, especialista em Inovação do Manaus Tech Hub, iniciativa do Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia com o propósito de contribuir com o ecossistema de inovação da região.

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