A inovação no Brasil e a Internet de Todas as Coisas

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A tecnologia exerce um papel fundamental para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Seu foco deve ser proporcionar aos cidadãos mais bem-estar através de um gerenciamento eficiente de recursos e serviços e da possibilidade de conectar e colaborar com outros cidadãos e com o Governo. A Internet de Todas as Coisas (Internet of Everything – IoE), ao conectar pessoas, processos, dados e coisas, será a concretização desta meta, permitindo a todos os países, incluindo o Brasil, acelerar seu desenvolvimento econômico e social.

Para irmos além do crescimento orgânico é imprescindível a integração entre tecnologias de parceiros globais e locais e iniciativas como investimentos em colaboração com startups, produzindo soluções específicas para determinados contextos.

Em outras palavras, o caminho do país para o crescimento e para a IoE passa necessariamente pelo empreendedorismo e pelo desenvolvimento de tecnologias inovadoras destinadas a necessidades locais.

E estamos no caminho certo. Segundo dados do estudo Latam Accelerator Report de 2014, realizado pela Fundacity, o Brasil é um dos países da América Latina que mais atraem aportes de aceleradoras e incubadoras, representando 32,36% de toda a região. O dado mais representativo é que 73% destas aceleradoras e incubadoras tem intenção de investir em tecnologias de Internet das Coisas nos próximos 12 meses.

Neste sentido, identificar projetos e oportunidades de negócio ligadas à inovação e com foco na IoE tem sido o primeiro passo para o investimento. Startups que fornecem serviços e soluções em educação, saúde, Smart Grid e cidades inteligentes têm maior destaque e sua colaboração com aceleradoras e centros de pesquisa poderá gerar aplicações úteis a toda sociedade, além de impulsionar sua competitividade no mercado.

A participação de projetos nacionais de Internet de Todas as Coisas em premiações globais também tem sido fundamental. Estas competições propiciam o desenvolvimento e o aprimoramento de tecnologias nas áreas de análise, gerenciamento e conectividade, também servindo para uma melhor visualização da realidade brasileira.

Contudo, para que a transformação da sociedade por meio da tecnologia se consolide de forma satisfatória, é preciso prestar especial atenção a um elemento do processo: o conhecimento. Como a aplicação sustentável da tecnologia é de responsabilidade dos futuros especialistas, a capacitação destes são também parte importante do todo.

Desta forma, as próximas ações do setor devem incluir parcerias estratégicas com universidades e instituições de ensino, com o propósito de melhorar a qualificação dos profissionais de tecnologia que saem para o mercado de trabalho. A cooperação entre empresas e a academia será fundamental para uma maior colaboração técnica e científica, permitindo a troca de conhecimentos e a formação de novos talentos.

Enfim, há um imenso potencial no Brasil e acredito no poder transformador da tecnologia para atender e antecipar necessidades locais. Trabalhando em parceria, podemos ajudar o país em direção à plenitude econômica e social, aproveitando oportunidades e melhorando a qualidade de vida das pessoas através de conectividade e soluções inovadoras.

Nina Lualdi, diretora Sênior de Estratégia e Planejamento da Cisco Brasil.

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