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A realidade agora é virtual

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Imagine um gerente de contas de um grande provedor de serviços de internet. Em mais um dia de trabalho, ele pega o telefone, liga para o CEO de uma promissora startup e após uma produtiva conversa, fica com a tarefa de prover um serviço de acesso à internet de alta velocidade.

Depois de algumas idas e vindas com o CEO, ele entende que a empresa necessita mais do que somente a internet básica para seus 100 funcionários – também precisa de comunicações unificadas, folha de pagamento e gestão de estoques baseada em nuvem, além de streaming de vídeo com qualidade garantida para conferências e treinamentos mais efetivos. O gerente de contas monta então uma proposta e a envia para o CEO. Gostando do que lê, o CEO dá ao gerente de contas o pedido.

– Então, estaremos prontos em cerca de três meses? pergunta o CEO.
– Não, disse o vendedor, já está tudo instalado e funcionando!

Este, exatamente este, pode ser o futuro do negócio dos provedores de serviço: serviços personalizados programados sob demanda, com apenas alguns cliques de mouse, sem envio de técnicos ou instalações físicas demoradas e custosas.

Por anos, os provedores de serviços veem seu modelo de negócio desafiado ao gastar milhões reforçando sua infraestrutura física de rede para suportar, por exemplo, a crescente demanda por banda de conteúdos over-the-top (OTT) de empresas como Netflix, Facebook e Amazon. Os provedores é que fazem o investimento, mas grande parte da receita vai para as OTT.

Além disso, pode-se dizer que a agilidade na implementação de novos serviços de rede não atende a necessidade atual dos negócios. Hoje em dia, é impraticável esperar 60 dias ou mais para executar o piloto de um novo serviço, por exemplo. Com as OTTs batendo a porta das operadoras, algo tem que mudar e a possibilidade de experimentar novos serviços com agilidade pode ajudar os provedores de serviço a mudar esse panorama, melhorando suas receitas.

Nova era da virtualização

A infraestrutura pode ser implantada de forma flexível quando e onde for necessária com flexibilidade para ser escalada, de acordo com as mais variadas demandas. Em vez de gastar tempo com testes e qualificação de novos equipamentos e com treinamento em várias plataformas e sistemas operacionais, a virtualização permite que os provedores, de forma transparente e acessível, implantem novos serviços capazes de gerar receitas, tais como os de segurança virtual ou serviços gerenciados na nuvem – tudo isso em minutos, não mais em meses.

“Alguns dos maiores desafios enfrentados pelos provedores de serviço de rede atualmente são que, tanto recursos quanto a capacidade de planejamento são estáticos, os intervalos de instalação são de meses contra dias ou horas, e a rede não é suficientemente flexível para implantar novos serviços rapidamente para responder às exigências do mercado em constante mudança”. Este é o comentário de Nav Chander, gerente de pesquisa da IDC, da divisão Mundial de Telecom. “Os provedores de serviços que utilizarem a virtualização para maior escalabilidade, automação e rapidez na oferta de novos serviços terão mais flexibilidade para entrar em novos mercados, aumentar a satisfação do cliente e lucratividade”.

Com a virtualização surge a possibilidade de o provedor dimensionar sua rede de forma dinâmica, mais ajustada à demanda e de forma mais rápida. E qual a vantagem disso? A vantagem está na possibilidade de ativar novos serviços de forma rápida e com menores custos iniciais. Abrem-se as portas para experimentar novos serviços e para a inovação, com mais segurança para operar e menos incertezas para investir.

Adicionalmente, as necessidades de conectividade não são iguais para todos os clientes. Desta forma, atividades rotineiras de manutenção ou implementação de serviços para um cliente podem significar tempo de indisponibilidade de rede para todos os clientes que compartilhem o mesmo elemento de rede da operadora. Com roteadores virtuais, já disponíveis no mercado, os prestadores de serviços podem, simplesmente, utilizar instâncias distintas para cada cliente através máquinas virtuais em um servidor x86, permitindo total independência entre eles.

Veja este cenário: um provedor de serviços acaba de ganhar um projeto para fornecer internet e serviços para uma grande empresa, com cobertura nacional. Sua atual infraestrutura cobre 75% das instalações da corporação, mas ainda há um problema para ser resolvido. No modelo tradicional, seria necessário adquirir um ou mais roteadores além de novas instalações para fornecer os 25% de serviços necessários e considerando ainda um excedente de capacidade para atender prontamente um eventual aumento da demanda desta corporação. No modelo virtual, o provedor pode utilizar um modelo em nuvem, permitindo atender a demanda inicial e ainda endereçar crescimentos futuros de forma ágil. Da mesma forma, caso a demanda não aumente os investimentos em roteadores virtuais ainda podem ser redirecionados facilmente para outros fins, minimizando o impacto da capacidade ociosa em elementos de rede.

Apesar da nova era da virtualização ser cada vez mais uma realidade, os roteadores físicos seguem sendo necessários e igualmente importantes. Cada mercado tem suas peculiaridades e algumas situações exigem roteamento totalmente físico, enquanto outras encontram no modelo virtual a melhor solução. Há ainda a possibilidade de uma solução híbrida em que roteadores físicos e virtuais convivem e operam totalmente integrados utilizando um sistema operacional comum. A partir de agora, os provedores de serviços passam a ter máxima flexibilidade para usar a ferramenta certa para cada projeto.

A virtualização é a chave para elevar os negócios dos provedores de serviço a um novo patamar de excelência, ao permitir responder as demandas de mercado em uma fração dos custos e tempo tradicionais. E, como um bônus, alguns desses equipamentos cabem em um pen drive!

*Gabriel Taboada é engenheiro de sistemas da Juniper Networks Brasil.

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