BNDES deve lançar dois fundos de capital de risco em TI ainda neste ano

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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou nesta segunda-feira, 16, que o banco vai investir R$ 1 bilhão até 2014 no desenvolvimento de empresas por meio de fundos de venture capital e private equity. O anúncio foi feito durante palestra na abertura do congresso promovido pela ABVCAP (Associação Brasileira de Venture Capital e Private Equity), em São Paulo.

O investimento de R$ 1 bilhão será feito por meio de todos os fundos do BNDES voltados ao setor de private equity, venture capital e capital semente. Ainda neste ano, o banco estatal vai lançar dois fundos de capital de risco em tecnologia da informação, um fundo multissetorial e dois fundos de private equity. Também serão lançados os fundos Criatec II e Criatec III, dirigidos a empresas emergentes com foco em inovação.

“Nosso compromisso é investir R$ 1 bilhão em fundos nos próximos três anos, até 2014. E para cada R$ 1 real investido pelo BNDES, esperamos mais R$ 4 vindos do mercado, o que poderá multiplicar esses R$ 1 bilhão em R$ 5 bilhões, à medida que o mercado transita na direção de ativos com retorno elevado e que a taxa Selic cai”, afirmou o presidente do BNDES.

O BNDES dispõe atualmente de 29 fundos, entre fundos voltados ao capital semente e venture capital e outros 15 de private equity. Nos últimos sete anos o banco agregou mais 23 fundos, encerrou nove e parte desses fundos está amadurecendo. No total, esses fundos realizaram investimentos em 199 empresas.  “O que nós queremos – governo, BNDES, FINEP e ministérios – é impulsionar ainda mais a indústria de capital de risco e private equity no país. Entendemos que o mercado, junto com o banco, é o canal mais eficiente para a gestão e alocação de capital”, ressaltou Coutinho.

Em sua palestra de abertura no Congresso ABVCAP 2012, o presidente do BNDES fez uma análise sobre o cenário internacional e brasileiro, e apontou diversos fatores que posicionam o país entre os mais atraentes para os investimentos de longo prazo. “O Brasil faz parte daquelas economias que podem contribuir para um crescimento mundial mais firme, em um quadro pouco animador das economias desenvolvidas”, afirmou.

Volume de captações

Depois do volume de captações ter atingido US$ 7 bilhões em 2011, mais do que cinco vezes superior ao montante total captado em 2010, que foi de US$ 1,1 bilhão – segundo dados da Empea (Emerging Markets Private Equity Association), o Brasil mantém perspectivas muito favoráveis para o ingresso de capital e os investimentos no setor. Estimativa da ABVCAP é que até junho o setor vai contabilizar de US$ 10 bilhões a US$ 15 bilhões entre recursos movimentados nos últimos 18 meses.

O Brasil respondeu por 18% de todo o volume captado por fundos de private equity em emergentes no ano passado e foi o segundo principal destino dos recursos captados pelos fundos no primeiro semestre de 2011 – atrás apenas da China. Os dois países juntos lideraram as captações dos países emergentes, com um US$ 23,7 bilhões, o equivalente as 61% do total de captações dos emergentes, que foi de US$ 38,6 bilhões. Além disso, segundo pesquisa publicada pela Empea e Coller Capital, o Brasil foi apontado como o País mais atraente para os investidores de PE entre os países emergentes.

“Temos atingido níveis surpreendentes de captação de recursos e criação de fundos, ao mesmo tempo em que cada vez mais gestores estão se instalando no país. Daqui para frente, a expectativa é que cresçam, com mais força, também os investimentos nas empresas”, afirma Clóvis Meurer, novo presidente da ABVCAP.

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