O Brasil ainda está atrasado em termos de utilização da tecnologia da informação (TI) e comunicação como ferramenta na construção civil. Embora existam empreendedores, construtoras e contratantes públicos que sabem como a tecnologia pode ajudar na implementação de processos, "infelizmente isso não significa que os empreendimentos tenham essa tecnologia implementada".
A avaliação foi feita pelo presidente da Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (Antac), professor Francisco Ferreira Cardoso, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Segundo ele, a maioria não usa esses recursos. "A tecnologia está disponível, mas ainda é novidade para a grande maioria dos empreendimentos e dos projetistas isolados", observou.
O presidente da Antac disse que hoje em dia, mesmo as construções habitacionais mais simples são complexas e a produção corre em ritmo acelerado. "Então, ter ferramentas que apoiem a troca de informações entre os diferentes agentes do processo de produção é fundamental para acelerar o processo e garantir a qualidade do resultado", analisou.
Para Cardoso, além de agilizar a troca de informações, a tecnologia da informação aumenta a qualidade do projeto e dá mais confiabilidade às decisões tomadas, ou seja, ela diminui as chances de erros. O professor confirmou que o uso da tecnologia da informação pode contribuir para a redução do custo inicial do empreendimento.
"Tudo o que concorre para a melhoria dos processos gerenciais tende a reduzir custos. Ela não vai mexer no produto em si: na casa, no prédio que vai ser construído. Mas, vai trazer elementos para aqueles que trabalham no projeto e na construção acelerarem o processo", comentou.
Francisco Cardoso lembrou, por outro lado, que a TI pode ajudar na redução de outro custo fundamental, ligado à operação e à manutenção das construções. "Construções que tenham erros de projeto vão ter chance de funcionar mal ao longo do uso. Ou coisa até pior. São o que a gente chama de manifestações patológicas", alertou.
Isso significa que um prédio ou uma casa malprojetados e malconstruídos podem apresentar erros posteriormente, como problemas de passagem de luz, isolamento malfeito, trincas, acarretando ônus aos futuros moradores. "Isso representa custo para consertar o problema", comentou o presidente da Antac, frisando que ao usar recursos de TI e realizar um projeto de melhor qualidade, as empresas tendem a ter custo menor de operação e de manutenção. As informações são da Agência Brasil.
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