A fabricante taiwanesa de computadores pessoais Acer revisou para baixo as projeções de remessa de notebooks e tablets PC para este ano, justificando que seus produtos enfrentam concorrência crescente do iPad, da Apple, além da lenta recuperação econômica na Europa, seu principal mercado. A revisão vem depois de a Acer, segunda maior fabricante mundial de PCs em volume de embarques, depois da HP, ter dito no início deste mês que vai contabilizar um antigo débito de US$ 150 milhões, de contas de estoques e contas a receber, em suas operações européias, e cortou pessoal na região em 15%.
Analistas dizem que o "inferno astral" da Acer se deve a dois fatores: a difícil luta contra a popularidade do iPad e ao fato de ter entrado no mercado de tablets tardiamente, quando a Apple já havia estabelecido seu domínio. Além disso, a empresa sofreu um forte abalo com a saída do presidente-executivo Gianfranco Lanci, no início deste ano. Para substituir Lanci, a empresa nomeou Jim Wong, em abril, para o cargo de presidente corporativo.
O presidente J.T. Wang disse ao The Wall Street Journal que prevê que os embarques totais de notebooks neste ano devem ser menores do que no ano passado e, em razão disso, que a empresa está se concentrando agora em reduzir os estoques. Ele estima que serão embarcados de 2,5 milhões a 3 milhões de tablet PCs neste ano, ante a projeção anterior de 5 milhões a 7 milhões. "Esperamos que os nossos estoques na Europa caiam a um nível normal até o fim deste mês e pretendemos reduzir nossos estoques na região ainda mais no terceiro trimestre", disse Wong, durante reunião de acionistas. "O declínio da Acer em participação de mercado na Europa vai se estabilizar no segundo semestre", afirmou.
Em relação aos notebooks, Wong diz que provavelmente haverá uma queda de 10% neste trimestre na comparação com os primeiros três meses anteriores, mas prevê que as vendas no terceiro trimestre ficarão equilibradas ou ligeiramente acima. Analistas disseram que os embarques da Acer no terceiro trimestre foram decepcionantes. Eles também preveem que a demanda global de PCs permanecerá lenta no segundo semestre, em razão da saturação do mercado, das interrupções na produção de peças e componentes por causa do terremoto e tsunami que varreram a costa japonesa em março e de um ambiente econômico mais desaquecido.
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