Profissionais de segurança devem ser mais independentes e colaborativos

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O Brasil e o mundo sofrem com a falta de profissionais de tecnologia, em especial de profissionais de segurança da informação. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, essa área emprega atualmente 1,3 milhão de pessoas e existem ainda 50 mil postos de trabalho à espera de um profissional qualificado.

Segundo Gabriel Bozano, gerente de Recursos Humanos da PROOF, a dificuldade não é encontrar os profissionais de tecnologia em si, mas os profissionais com conhecimentos específicos de tecnologias mais avançadas. "Sempre temos muitas opções de candidatos quando as vagas são de base, o problema é quando precisamos de alguém com conhecimento em ferramentas de fornecedores específicos com os quais trabalhamos, como F5 e Splunk", explica.

Ao mesmo tempo, citou ainda o problema da rotatividade, quando os profissionais simplesmente não encontram as motivações certas para ficar na empresa e acabam saindo. A PROOF acabou tendo de encontrar novas maneiras de encontrar talentos e mantê-los motivados.

Onde estão os bons profissionais?

Bozano citou a importância das redes sociais na busca por profissionais da área de TI, como o LinkedIn e o Facebook. "As pessoas ainda ficam na dúvida em relação ao Facebook, mas, se você preza por pessoas que gostam de tecnologia, o Facebook pode servir, principalmente para checar se o candidato está dentro do perfil da empresa", explica.

"Já tivemos um caso em que recebemos um currículo para uma vaga e, quando avaliamos, buscamos o LinkedIn e, no Facebook, descobrimos que o candidato conhecia um de nossos colaboradores, que nos deu um feedback positivo sobre ele. O que era para ser uma 'candidatura padrão' virou uma indicação", conta.

Outra estratégia  da PROOF na busca por talentos em segurança é estar presente em eventos da área, como eventos de TI, segurança e programação.

No último ano, a PROOF implementou um programa de estágio e trainee com o objetivo de produzir seus próprios talentos. A ideia é criar especialistas em suas áreas em, no máximo, três anos. Para facilitar, o foco acaba sendo profissionais que tenham conhecimento em ferramentas próximas, que poderão aprender mais rápido as tecnologias usadas na empresa.

Flexibilidade e autonomia

Bozano explica que a empresa adotou um conceito diferente na motivação dos funcionários, partindo da ideia de que o dinheiro não é o único propósito dos profissionais de segurança.

"Focamos muito no conceito de maestria, que conta com uma vontade da pessoa de ser especialista, de se tornar mestre em algo, de ser alguém diferenciado", explica. "Valorizamos muito a questão da autonomia, algo que passa muito pela liberdade", conta.

Como os profissionais de RH podem motivar suas equipes em empresas de tecnologia? Para Bozano, pagar bem não resolve. É preciso oferecer autonomia e flexibilidade. "Aqui, por exemplo, com exceção de pouquíssimos sites, todos são liberados para acesso pela internet", conta. "Fazemos festas todos os meses, temos salas de videogame… Incentivamos a diversão com responsabilidade, pois temos de bater metas", conta. "Nosso objetivo é impedir que os 'grandes tubarões' tirem os nossos talentos".

"Observamos que para os cargos mais básicos de segurança da informação, como técnico de TI e monitoramento, os benefícios contam muito. Esse ambiente mais flexível e com maior autonomia é mais comum nas empresas de tecnologia, mas costuma ser algo mais complicado nas empresas maiores", afirma. "Identificamos que os funcionários estão dando preferência para empresas de menor porte exatamente por entenderem que vão ter uma participação maior naquele propósito". Os treinamentos também são importantes, pois vários profissionais só ficam na empresa enquanto estão aprendendo.

Empresas de todas as áreas também são muito cobradas por funcionários que esperam um plano de carreira, principalmente promoções. Ele explica que na PROOF existe algo definido por ele como carreira em W, que é uma carreira por trilhas. "Entendemos que, dentro da empresa, você pode trilhar por diferentes áreas e diferentes cargos, como projeto e inovação. Não existe uma lista de 'missões' que devem ser cumpridas para "mudar de fase"."

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