As empresas têm na capacitação profissional uma das peças chaves para atingir bons resultados, por esse motivo destinam altos valores de investimentos para esta área de TI. Segundo pesquisa da Exin, divulgada nesta quinta-feira, 16, 31,1% das empresas investem de R$ 1 milhão a R$ 10 milhões por ano, 28,9% de R$ 100 mil a R$ 1 milhão e 16,1% de R$ 10 milhões a R$ 100 milhões.
Com isso, o atual status quo do mundo de TI releva uma grande melhoria da capacitação dos profissionais em relação há alguns anos atrás, já que, atualmente, 45% deles são pós-graduados, principalmente em informática e administração, com alto grau de experiência, 65% têm entre 11 e 30 anos de mercado, e 34,4% apresentam fluência em inglês.
Entretanto, segundo a pesquisa, para 58,9% dos profissionais entrevistados não há plano de carreira definido dentro da área de TI nas empresas. Além disso, 39% indicam que boa parte dos investimentos na profissionalização está destinada para treinamentos técnicos.
"Esses números corroboram apenas a necessidade de suprir um vácuo imediato do setor e não de se preparar uma futura carreira para o profissional. Os dados confirmaram minha percepção de que a área de TI não se preocupa em definir uma estratégia de desenvolvimento profissional como acontece com outras áreas dentro das organizações", analisou Luciana Abreu, gerente regional do EXIN no Brasil.
Entre os profissionais entrevistados, apenas 43,3% afirmam que a empresa onde trabalham possui um CIO. Diante deste cenário, 13,3% dos diretores estão na instituição entre 11 e 30 anos, mesmo exercendo outras funções anteriormente, e 10,6% estão há, no máximo, cinco anos. Aqueles que exercem a função há, no máximo, cinco anos, somam 17,3%. De forma geral, 22,2% dos CIOs construíram suas carreiras dentro da área de TI. No governo, este número passa para 50%, 46,2% em infra-estrutura e 42,9% em finanças.
"As conclusões feitas pelos entrevistados apontam para uma visão de que o mercado dá oportunidade a quem está há muito tempo na casa, ou, quando isso não é possível, traz o profissional de outras empresas e segmentos, ao invés de preparar e formar suas equipes para os postos de liderança", alerta Luciana.
O estudo aponta ainda um alto índice de empresas que não possuem CIO, 56,7%. "As companhias brasileiras, principalmente as de pequeno e médio porte, ainda não entenderam a importância de se ter um diretor de tecnologia da informação que irá também olhar para o negócio da empresa", analisa Luciana.
Do universo das empresas que não possuem CIOs, encontram-se companhias de segmentos diversos como indústrias (55,1%), atacado e varejo (54,5%) e setor agropecuário (42,9%), principalmente.