A Apple já começa a sentir os impactos da crise financeira mundial, com os primeiros sinais de retração na demanda verificados em novembro, mês no qual registrou queda de 1% nas vendas de PCs (Macintosh e Macbook) nas lojas dos Estados Unidos. No mercado como um todo, as vendas, no entanto, cresceram 2% no período, segundo relatório publicado pela NPD Group, empresa de pesquisa especializada no mercado de informática.
As vendas de desktops no mercado americano, de modo geral, caíram 20%, com os desktops da Apple registrando queda de 35% e o Windows em desktops recuando 15% em novembro. Entretanto, os notebooks da Apple venderam 22% a mais em novembro, o mesmo ocorrendo com a Microsoft, que comercializou 15% a mais do Windows em notebooks.
A receita da Apple foi muito inferior a de outubro, quando a empresa vendeu 28% a mais de PCs na comparação com um ano antes e quatro vezes a taxa de crescimento do mercado global, de acordo com a NPD.
Segundo o The Wall Street Journal, o declínio acentuado marca um revés para a Apple, que vinha registrando uma grande demanda por Macs neste ano, mesmo com as com PCs baseados em Windows diminuindo como as de outros eletrônicos como televisores de tela plana.
Com isso, até o mês passado, a Apple vinha ganhando participação de mercado a um ritmo constante sobre suas rivais de PCs baseados em Windows como a HP e a Dell.
De acordo com o jornal americano, um dos motivos para esse cenário é que a HP e a Dell estão oferecendo descontos acima até de 50% para alguns PCs, enquanto a Apple oferece descontos muito inferiores, de cerca de 5% a 10%, o que está impactando negativamente as vendas da empresa.
Segundo analistas, esse movimento deve se manter no próximo ano e pode forçar a Apple a rever seus descontos de Macs, que perfazem 46% das receitas totais da empresa, para voltar a obter forte crescimento em unidades vendidas e continuar avançando sobre a participação de seus concorrentes.
O cenário econômico mundial deve continuar a ter reflexos negativos sobre o mercado de PCs, tanto que, no início deste mês, a consultoria IDC reduziu a previsão do crescimento desse mercado para 2009, apontando que as receitas tendem a cair 5,3% na comparação com 2008, ante previsão inicial de crescimento de 4,5%.
- Retração na demanda
