O instituto de pesquisas Gartner, Inc aponta que o crescimento do mercado de dispositivos portáteis permanecerá estável ao longo dos próximos cinco anos, enquanto o mercado tradicional de notebooks está em declínio devido à substituição dos notebooks pelos ultraportáteis. Já o segmento de dispositivos vestíveis está crescendo fortemente e ampliando seu público.
“Os CIOs (Chief Information Officers) precisam dominar duas dimensões diferentes da mobilidade: se sobressair na mobilidade tradicional e inovar na era pós-aplicativos. A tecnologia portátil sempre se baseou em encontrar novas maneiras de fazer coisas antigas, apenas transferir um formulário em papel para um tablet não é um bom uso da tecnologia portátil. O ideal é mudar os processos de negócios e encontrar novas formas de enfrentar velhos problemas”, explica Nick Jones, vice-presidente e analista emérito do Gartner.
A definição do termo “portátil” mudará nos próximos cinco a dez anos. Em vez de dispositivos, a mobilidade significará ser onipresente em serviços relevantes, entregues em qualquer lugar, por qualquer pessoa ou coisa, para qualquer pessoa ou coisa.
Oportunidades para Inovação
Os dispositivos vestíveis estão sendo aplicados em diferentes tipos de negócios, como no uso de óculos 3D para procurar e selecionar materiais em um depósito. Bots, chatbots e assistentes pessoais virtuais (VPAs, da sigla em inglês para Virtual Personal Assistants) fornecerão novas maneiras de executar as funções de negócio. Os seres humanos deixarão de serem os únicos interagindo com aplicativos portáteis e dispositivos conforme a Internet das Coisas (IoT) e a portabilidade se unem.
Jones destaca três áreas principais para explorar a inovação portátil na empresa:
- Sensor de localização – Há mais de 20 tecnologias para rastreamento sem fio de objetos dentro de casa e muitas maneiras interessantes de aplicar essas tecnologias”, afirma Jones. Um exemplo são os Bluetooth beacons que estão sendo implantados em estações ferroviárias na nova rede MTR Crossrail para ajudar a informar e localizar pessoal e equipamentos.
Na indústria, a microlocalização pode informar precisamente a uma chave de torque qual parafuso está anexado a uma máquina, então é possível programar o ajuste de torque automaticamente, eliminando o risco de erro humano.
- Sensores e aplicativos portáteis
A combinação de IoT com aplicativos portáteis apresenta muitas novas possibilidades para a automação do local de trabalho. O vice-presidente do Gartner incentiva os CIOs a pensarem sobre esse potencial em suas organizações.
“Quais dados os sensores podem gerar para serem combinados com aplicativos portáteis que permitam que sua equipe seja mais eficiente e ainda goste mais do seu trabalho? Tente unir a IoT com as suas estratégias de portabilidade e observe quais ideias surgem”, explica Jones.
Um exemplo é o uso de sensores para geração de ordens de trabalho. Quando instalados em locais como portas de banheiro, cestas de lixo ou armários de alimentos, esses sensores podem ser configurados para identificar quando há necessidade de limpeza, recarga ou manutenção e assim alertar a equipe ou fornecedor apropriado.
- VPAs empresariais
Além dos VPAs já conhecidos como Cortana e Alexa, há VPAs otimizados para uso empresarial, como o EVA Openstream. Os assistentes pessoais virtuais podem automatizar ou simplificar muitas tarefas. Um exemplo seria substituir o preenchimento de um formulário pelo computador ou telefone para processar uma fatura por apenas utilizar um comando de voz a um EVA dizendo “Ok, pague”.
“Busque em seu negócio oportunidades de inovação que utilizem tecnologias portáteis tanto nas partes voltadas para os consumidores quanto para os colaboradores. É preciso pensar em como essas tecnologias podem tornar a vida da sua equipe e de seus clientes mais fácil utilizando dispositivos vestíveis e VPAs selecionados para tarefas de trabalho”, finaliza Jones.