A Claro e a John Deere anunciam nesta quarta-feira, 16, a parceira para levar a agricultura 5.0 ao campo brasileiro, a partir de modelo inédito no qual o produtor não precisa fazer investimentos próprios em infraestrutura de telecomunicações. Estes investimentos serão feitos exclusivamente pela Claro (que já tem o o investimento aprovador pelos seus acionistas), meio da instalação de novas antenas em áreas rurais brasileiras.
“A conectividade é um dos principais desafios no interior do Brasil e nós estamos assumindo o compromisso de impulsionar a cobertura do sinal no campo, o que significa um aumento de alcance para mais 15 milhões de hectares produtivos em áreas rurais”, diz José Felix, presidente da Claro, acrescentando que essa meta está subordinada à demanda dos produtores rurais e as devidas autorizações legais de para instalação dar torres, um tema polêmico de regulamentação. Hoje, a operadora já tem mais de 85 milhões de hectares cobertos no território nacional, com sinal conexão 3G, 4G e CAT-M. A empresa diz, que quando disponível, poderá ofertar conexão 5. O custo previsto será de R$ 20 reais por hectare ao ano, além do plano normal de um assinante da Claro.
Esta solução, chamada Campo Conectado, permite a geração, o cruzamento e o tratamento de dados por meio de análise em tempo real (analytics), autoaprendizado das máquinas (machine learning) e da inteligência artificial para a tomada de decisões em tempo real. Com a cobertura no campo, as operações ficam mais inteligentes, aumentando a eficiência, melhorando a competitividade e a sustentabilidade da produção, além de abrir portas para outros usos, como telemedicina e educação à distância. “Para a agricultura brasileira, isso é um divisor de águas. Estamos realmente introduzindo a Agricultura 5.0, onde além da conexão para se captar as informações no campo, agora poderemos tomar decisão em tempo real. Em tempos complexos como o que vivemos hoje, destravar o progresso no campo por meio da tecnologia é fundamental para promover a reativação econômica de que o país precisa”, diz Paulo Herrmann, presidente da John Deere Brasil, acrescentado que projeto não exige exclusividade, e que interessado poderá usar outra marca de máquinas, conquanto que ela esteja com o kit de conexão.
A John Deere já conta com 20 mil máquinas em campo aptas para serem conectadas e uma rede de concessionários com mais de 270 pontos de atendimento. Para as máquinas que necessitam de modem, a John Deere oferece um novo kit de conexão. O interessado poderá se dirigir a um desses pontos de atendimento, mas uma empresa terceirizada, a startup SOL, encarregada de avaliar as necessidades dos clientes e apresentar a eles as soluções mais adequadas dentro do portfólio e cobertura de conectividade oferecida pela Claro.
Internet das Coisas
A Claro, pelo seu portfólio Claro Smart Agro, também levará aos produtores rurais soluções de Agricultura Digital e Silos Conectados. Nessas soluções, dados relevantes como umidade do solo e do ar, temperatura, índices de NDVI (Normalized Difference Vegetation Index – que fornecem informações sobre a saúde da vegetação, evapotranspiração das plantas) e informações meteorológicas são coletados por meio de sensores conectados à rede celular. Esses dados são tratados com o uso de análise de dados e fornecem informações importantes para o gerenciamento das atividades agrícolas, possibilitando o diagnóstico para medidas corretas sobre irrigação, pulverização e até para controle e manutenção da qualidade do grão armazenado.
O Campo Conectado tem um padrão de conectividade desenvolvido para permitir maior expansão de sinal por antena. Os dados trafegam de forma otimizada, possibilitando o amplo alcance de sinal, com maior largura de banda, menor latência (tempo necessário para que um pacote de dados passe de um ponto para o outro) e economia de energia.
Com o Campo Conectado e o gerenciamento das propriedades em tempo real, são previstos menores gastos em sementes, utilização mais racional de fertilizantes e defensivos agrícolas, diminuição de uso de combustível fóssil, redução de perdas agrícolas e aumento da rastreabilidade na cadeia alimentar. Em outras palavras, a conectividade traz mais produtividade ao campo, maior segurança alimentar, um controle mais rígido da produção e redução de emissão de gases de efeito estufa.