Novo modelo de trabalho hibrido prevalecerá depois do fim da pandemia

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O novo ambiente de trabalho digital foi o principal tema de discussão da 2ª edição do Digital Work Place Forum, promovido pela TI INISDE, nesta terça-feira, 15, que reuniu especialistas e usuários para discutirem esse novo cenário, que está impactando a produtividade da força de trabalho, promovendo uma transformação nas estratégias das organizações, gestão de colaboradores e novos modelos de negócios.

O primeiro painel teve como tema Planejamento, liderança e melhores práticas para um programa de local de trabalho digital. Conforme conceituou Rodolfo Roim, diretor da unidade de negócios de Modern Workplace da Avanade Brasil o ano de 2020 trouxe o chamado conceito do Cisne Negro para o cotidiano das pessoas. "Segundo Nassin Taleb (guru dos investimentos do mercado americano), um "Cisne Negro" é um evento raro, que exerce um impacto extremo e só conseguimos desenvolver explicações após sua ocorrência. Foi o que sobreveio este ano e seu impacto sobre as companhias excedeu qualquer expectativa", resume o executivo da Avanade.

Segundo ele, algumas empresas diante da celeridade dos seus processos de transformação digital já tinham como resolver muitos dos desafios, enquanto outras não tinham a menor ideia de como sobreviver a este evento. "Com isso, as pessoas tiveram obrigatoriamente de estar em suas casas em home office, pois em muitos casos essa possibilidade nem era prevista, e assim as empresas tiveram de crescer tecnologicamente, foram dois anos em dois meses", afirmou.

Como legado desse período, Roim afirma que a tecnologia (dispositivos, banda larga, etc) do consumidor e do colaborador se emparelharam. Conforme estudos e proposições da Avanade o futuro do trabalho poderá ser híbrido (parte home office, parte presencial) mas indubitavelmente habilitado pela tecnologia. "Com isso, uma discussão se impõe como a modernização tecnológica dos processos de trabalho (automação), para levar a uma melhor produtividade da empresa e uma melhor experiência dos usuários sejam eles colaboradores ou clientes", disse.

Outro ponto importante é a mudança cultural e a gestão da mudança nas companhias. "Tão importante quanto introduzir processos tecnológicos no dia a dia das pessoas, a gestão da cultura da mudança da maneira como elas trabalham pode ter como resultado melhorias gerais e lucratividade para as empresas", assegura Roim.

Para ele, o engajamento digital extrapola a nova experiência de trabalho e leva os líderes a uma proposição para evolução do trabalho e consequentemente dos seus clientes.

Luiz Gustavo Ramos, head de Cultura, Comunicação Interna, Diversidade e Employer Branding no iFood, contou sobre a experiência da sua empresa que já nasceu digital, mas que também teve que se adaptar à nova realidade que a pandemia introduziu. "Se impôs uma dinâmica de manter os times saudáveis durante este longo período de afastamento do ambiente de trabalho. Não havia mais o contato diário entre as pessoas, era necessário introduzir um equilíbrio já que o ambiente não era mais o corporativo e sim o doméstico, com inúmeras outras interferências desde o equipamento até a convivência exclusivamente familiar", contou Ramos.

"No nosso caso a nossas ações se voltaram para manter a produtividade por meio de um equilíbrio dos times, com cuidados pessoais, com férias de verdade, com um período de estudo (encurtando os gaps de desenvolvimento) e principalmente mantendo uma liderança remota assertiva", explicou o executivo.

"Num primeiro momento fomos aprendendo os novos processos de trabalho, o tempo das reuniões, as formas mais eficientes de comunicação, enfim fomos nos adaptando as formas mais eficazes de trabalho, mas isso é um processo contínuo e que vai se estender, visto que o retorno ao ambiente corporativo vai demorar para acontecer", assegurou. "Acreditamos que no futuro haverá uma forma híbrida na forma de trabalho dos colaboradores, já que a flexibilidade se mostrou atraente e produtiva, deixando o local corporativo como um ambiente de encontro e aprendizado".

Antonio Salvador, líder de negócios de Career na Mercer Brasil, apresentou os resultados de uma pesquisa feita pela própria empresa, que aponta como principais "trends" que a crise do Covid trouxe um legado positivo, principalmente por unir forças num engajamento com senso de propósito, além de evidenciar que as empresas mais ágeis  (tecnológicas) se saíram melhor no período e que o futuro apresentará um modelo híbrido de trabalho, parte home office e parte presencial, especialmente para motivação dos grupos.

Salvador aponta que esta etapa de aprendizado foi crucial para os líderes pois coube a eles a disciplina dos horários, das práticas mais produtivas e também por manter a positividade entre as equipes.

"Neste escopo o papel do RH tem sido vital para as empresas. Houve um processo de aceleração de transformação digital das companhias sem precedentes, liderado pelo RH em muitos casos, principalmente por serem os responsáveis em preparar as pessoas para esta nova realidade, por lidar com a diversidade e também por repensar as estratégias das companhias sob a ótica da experiência dos colaboradores, proporcionando o engajamento", comentou.

O executivo da Mercer também ampliou a discussão afirmando que o novo modelo de home office influenciará os modelos de trabalho no futuro imediato, no modo de aquisição de serviços,  na prestação de serviços terceirizados, incluindo aí as micro e pequenas empresas, e da economia de maneira geral.

Tmbém lembrou que a transformação digital das empresas se impôs para viabilizar o trabalho. "A transformação digital trouxe a resiliência necessária com novos modelos como e-commerce, por exemplo, mas o importante de todo este evento são as pessoas e por isso o foco nas diferenças, no potencial de cada um dentro do grupo e nos modelos humanizados de gestão visando a empatia e a segurança dos indivíduos, tudo isso objetivando a continuidade dos negócios".

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