Em entrevista exclusiva a este noticiário, o presidente da Associação Brasileira de Eletroeletrônicos (Abinee), Humberto Barbato, elogiou a posição favorável do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, ao setor produtivo brasileiro. Nesta segunda-feira, 17, em cerimônia de abertura da 38ª Couromoda, o ministro afirmou que em fevereiro o governo pretende enviar ao Congresso Nacional propostas de desoneração para a indústria, envolvendo também a folha de pagamentos. "Só posso aplaudir essas iniciativas que, se implantadas, ajudarão a reduzir a situação deficitária pela qual o setor produtivo atravessa nos últimos anos", diz o presidente da Abinee.
Segundo a associação, somente o setor de eletroeletrônicos de telecom registrou queda de 9% em relação a 2009, totalizando uma retração acumulada de 23,7% nos últimos três anos. A redução dos investimentos das operadoras, o aumento das importações (20%) e a diminuição das exportações (19%), estimulados principalmente pela valorização cambial, são, de acordo com a Abinee, os principais responsáveis por essa situação.
O presidente da Abinee revelou também que tem uma audiência agendada com o ministro Pimentel na próxima quarta-feira, 19, para tratar desses e outros assuntos. Entre os assuntos que constam na pauta do encontro, está a necessidade de se reduzir o tempo médio da comprovação do antidumping para três a quatro meses. "A empresa pede uma medida de defesa comercial ao governo e só um ano depois, quando já perdeu muito mercado e ficou inviável economicamente, medidas efetivas são tomadas", adverte.
Outro ponto importante para o aumento da competitividade da indústria brasileira que será reforçado pelo presidente da Abinee ao ministro Fernando Pimentel é a urgência da desoneração da folha de pagamento. "Os encargos sociais representam um ônus de cerca de 40% do salário do empregado. Se isso fosse reduzido a zero, isso representaria uma redução de 12% no custo do produto", calcula. "Isso seria particularmente fundamental para a indústria de manufatura, na qual o valor da mão-de-obra tem um peso importante na composição do custo", acrescenta.
Barbato também relembra as normas da Organização Mundial do Comércio, que estabelece taxas de importação de até 35%. "No Brasil essa alíquota é de apenas 12% e precisa subir bastante para não continuarmos perdendo o mercado interno para os asiáticos. Temos de gerar empregos aqui e não lá fora", finaliza.
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