Pela primeira vez, pelo menos abertamente, o governo dos Estados Unidos marca presença na negociação para que o Brasil adote o padrão ATSC de TV digital.
Nesta sexta, 17, o coordenador de políticas de comunicações internacionais e informação daquele país, o embaixador David Gross, participou de uma teleconferência com jornalistas brasileiros.
O embaixador não apresentou nenhuma proposta firme de implantação de uma planta de fabricação de micro-processadores no Brasil. E focou seus argumentos na possibilidade de criação de um mercado comum de televisores nas américas, no qual o Brasil teria, na sua opinião, um papel de destaque na exportação de aparelhos.
Segundo ele, a construção de unidade de grande porte segue o mercado, "não depende apenas da vontade e dos esforços de um governo". Mesmo assim, Gross afirmou que a probabilidade de ser instalada uma fábrica de micro-processadores no Brasil é muito maior com a adoção do padrão ATSC, graças às possibilidades de exportação para todo o continente.
O embaixador afirmou ainda que as cartas enviadas pela Comunidade Européia se mostram "vazias", e que as propostas apresentadas não têm muita credibilidade.
Gross defendeu ainda que o ATSC é, atualmente, "o melhor padrão e será ainda melhor se o Brasil se somar a ele para aperfeiçoá-lo".
Propostas
Como destaque nas propostas dos Estados Unidos para que o Brasil adote o padrão norte-americano, David Gross afirmou que empresas daquele país e asiáticas apresentam propostas concretas de fabricação de equipamentos no Brasil, citando a Harris, fabricante de transmissores, e a LG.
Quanto à oferta de crédito oferecida pelos Estados Unidos para financiar a transição das empresas radiodifusoras, substancialmente menor que a feita pelos europeus e pelos japoneses, Gross afirmou a diferençpa se deve ao menor custo de transição apresentado pela tecnologia do padrão ATSC.
David Gross afirmou ainda que os governos americano e brasileiro mantém diálogos freqüentes sobre o tema, assim como os empresários do setor de tecnologia.