Browser ou aplicativo? Qual abordagem é a preferida dos consumidores e, portanto, a mais adequado ao comércio móvel (m-commerce) das empresas varejistas? Não há uma resposta única e conclusiva. Ao menos é o que apontam agumas pesquisas recentes que mostram resultados contraditórios.
Em uma delas, realizada em março deste ano pela EPiServer/OnePoll junto a 1.000 consumidores britânicos, os websites móveis revelam-se (um pouco) mais populares do que os aplicativos (veja a diferença entre site móvel e aplicativo móvel no quadro abaixo).
Em torno de 63% dos respondentes dizem que acessam websites em seus smartphones diariamente, enquanto 60% usam apps. Entre os que finalizam compras ao menos uma vez por mês usando dispositivos móveis, 51% o fizeram por meio da web móvel (browser), contra 40% que usam apps.
A pesquisa da EPiServer contrasta com levantamento da Compuware feito em outubro de 2012 junto a 3.534 usuários de smartphones e tablets em seis países – Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Índia e Japão. Todos os pesquisados haviam usado nos seis meses anteriores aplicação móvel que exigia conexão com a internet.
Os dados da Compuware apontam preferência esmagadora (85% dos pesquisados) por apps entre usuários de smartphones. Entre as principais razões citadas, destacam-se a percepção de que apps são mais convenientes (55%), mais rápidos (48%) e mais fáceis (40%) do que um navegador
Experiência insatisfatória
Voltando ao levantamento da EpiServer, os dados de uma forma geral apontam experiência do usuário insatisfatória. Mais de um terço dos consumidores (37%) pensam que a maioria dos sites móveis é de difícil navegação.
Eles também estariam ficando mais impacientes. Em torno de 47% afirmam que se um app é difícil de usar, será abandonado ou apagado do aparelho — contra taxa de 41% em pesquisa anterior da EPiServer . A paciência é um pouco maior com sites móveis, embora 38% dos respondentes afirmem que parariam de usar um site de difícil uso.
Sobre as dificuldades no uso de sites móveis, 49% dos pesquisados da EPiServer citam lentidão no carregamento como o problema mais comum. Eles também reclamam da necessidade de se deslocar horizontal e verticalmente (48%) e de os links serem muito pequenos para clicar (35%).
Outros 42% dos respondentes consideram frustrante que os sites móveis não ofereçam as mesmas funcionalidades encontradas em um desktop.
No Brasil
No Brasil, a rede varejista Walmart.com aposta nas duas abordagens (aplicativos e navegadores) para atingir vários tipos de consumidores.
Pablo Ibarrolaza, gerente de marketing do Walmart.com, percebe que entre os usuários de Apple (onde o tablet iPad é líder) há maior propensão ao uso de aplicativos. Já entre os usuários de Android (onde os smartphones predominam) haveria mais propensão ao uso de browser integrado no sistema operacional.
No Magazine Luiza, a abordagem escolhida pela empresa inclui plataforma específica para smartphones e, no caso de tablets, acesso à versão “desktop” do site.
Frederico Trajano, diretor de operações, defende que a empresa tem de estar preparada para atender às pessoas onde e como elas preferirem. O executivo informa que a rede varejista já desenvolve seu aplicativo móvel.
(Com informações da eConsultancy)