Alavancada pela demanda de um armazenamento mais simples e pela explosão de dados, a nuvem pública é uma das estratégias de infraestrutura de maior destaque por parte das organizações. Porém, apesar da sua popularidade, apenas cerca de 20% das cargas de trabalho estão na nuvem pública atualmente.
O mercado mundial de nuvem pública deverá crescer 18% em 2017, mas cair nos anos seguintes, de acordo com o Gartner. Já segundo a IDC, seu crescimento deverá desacelerar depois deste ano, à medida que as empresas começam a recuar da experimentação e a otimizar as estratégias de armazenamento. Ou seja, ambos os institutos concordam na queda da adoção da nuvem pública num futuro próximo.
Entre os fatores que contribuem para a diminuição do ritmo estão as preocupações com vendor lock-in (aprisionamento tecnológico devido ao software proprietário), a instabilidade da segurança e a performance da disponibilidade. Vejo, ainda, que embora a nuvem pública consiga oferecer certa elasticidade econômica em longo prazo, a simplicidade adquirida na gestão de suas implantações, a partir de uma perspectiva de TI, é quase anulada por conta da complexidade da gestão de custos. Logo, acredita-se que seja difícil falar em planejamento financeiro que os CIOs precisam. Além disso, muitas empresas que escolheram mover algum elemento da infraestrutura para a nuvem pública já assumiram que não tinham uma compreensão real de custo e de implicação operacional.
Neste ano, arrisco apontar uma nova fase de “melhores práticas”. Acredito que haverá uma clara separação de quais serviços e cargas de trabalho devem permanecer numa nuvem privada, na modalidade Software-as-a-Service (SaaS) ou ainda na versão on-premise, e quais devem estar na nuvem pública. A meu ver, uma nova realidade do negócio digital será otimizada por uma infraestrutura estratégica que implemente uma combinação dessas opções, conhecida como nuvem híbrida.
A maioria das empresas de TI tem cargas de trabalho que podem se beneficiar das características de ambientes híbridos, fornecendo a solução mais completa para grande parte das organizações. Dessa forma, considero que maioria dos data centers será uma mistura de nuvem pública (plataformas IaaS/PaaS, como AWS e Azure) e de nuvem privada, e que essas modalidades irão coexistir num longo prazo. Isso ocorre porque a nuvem pública agrega como benefício a elasticidade econômica, experimentação, arquivamento e recuperação de desastres, enquanto a nuvem privada tem a vantagem de suportar cargas de trabalho mais previsíveis e desempenho para atender demandas críticas.
Muitas empresas serão capazes de se beneficiar da economia e flexibilidade que a nuvem híbrida oferece e usá-la para atividades em tempo real. E uma possível integração com a tecnologia de armazenamento totalmente flash permitiria um aprimoramento ainda maior desse ambiente híbrido, oferecendo um data center simples, escalável e de alto desempenho.
Os dados continuarão a crescer a um ritmo sem precedentes no futuro próximo, tornando a infraestrutura e a gestão de dados assuntos em alta e que devem ser levados em conta para maximizar as chances de sucesso de organizações de todo o mundo. Nesse contexto, quem enxergar a infraestrutura tecnológica como uma questão estratégica e como uma vantagem competitiva está no caminho certo.
Paulo de Godoy, gerente geral de vendas da Pure Storage no Brasil.