O marketing digital vai sobreviver à IA, mas vai mudar radicalmente

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Em menos de dois anos, a inteligência artificial deixou de ser uma promessa distante para se tornar protagonista em praticamente todos os setores, do atendimento ao cliente à criação de campanhas inteiras. No marketing digital, essa transformação é profunda, acelerada e inevitável. Diante da chegada de modelos avançados como o Llama 4, da Meta, o Gemini 2.5 Pro, do Google e o ChatGPT 4.5, da OpenAI, a pergunta que se impõe não é se o marketing vai sobreviver à IA, mas como ele vai se reinventar a partir dela.

Novidades como as versões Scout, Maverick e Behemoth do Llama 4 não deixam dúvidas: estamos entrando em uma nova fase da inteligência artificial, marcada não só por mais capacidade de processamento, mas por especialização e aplicabilidade prática em escala. Cada versão desempenha um papel estratégico – enquanto a Scout é leve e veloz, ideal para assistentes pessoais e aplicações móveis; Maverick entrega equilíbrio entre performance e custo, sendo um trunfo para soluções empresariais e SaaS. Na outra ponta, Behemoth é um colosso voltado à criação de conteúdo em larga escala, pesquisa e raciocínio complexo.

Em meio a essas atualizações, que podem ser consideradas apenas o começo, setores como educação, saúde, jurídico, financeiro, tecnologia, design e marketing serão, sem dúvida, os mais impactados e os que mais precisam se adaptar. E diante dessa revolução, o marketing digital embarca em uma jornada de transformação profunda.

Com a IA automatizando desde testes A/B até a análise de comportamento, o diferencial humano deixa de estar na execução para se concentrar em julgamento crítico, criatividade e decisão estratégica. Campanhas podem ser montadas em minutos; conteúdos gerados com altíssimo nível de personalização; insights preditivos surgem com um clique. O marketing entra na era do copiloto inteligente e profissionais que ainda operam no modo "manual" tendem a ficar para trás.

Design e conteúdo: IA como parceira criativa

No design, os modelos já são capazes de interpretar contexto, gerar imagens, sugerir paletas, composições e até montar protótipos. No conteúdo, copywriting, SEO, scripts de vídeo e posts para redes sociais podem ser gerados em segundos. Mas ainda falta algo que a IA não tem: intuição, sensibilidade cultural e posicionamento de marca com propósito. A IA pode executar, mas quem cria identidade, emoção e narrativa são os humanos.

Em outras palavras, a principal skill do momento não é dominar todas as ferramentas, mas entender como a IA funciona, onde aplicá-la e como integrá-la aos fluxos de trabalho. Isso inclui aprender a fazer prompts de qualidade, saber diferenciar o que pode ser automatizado e o que deve ser humanizado e ter pensamento crítico sobre os limites e os vieses dos modelos. É menos sobre saber "usar" e mais sobre saber "quando e por que usar".

Com a IA gerando conteúdo em escala, a internet caminha para uma hipersaturação de mensagens. Nesse cenário, se destaca quem possui credibilidade, propósito claro e linguagem autêntica. Mais do que nunca, a confiança é uma moeda de valor, ou seja, o conteúdo pode ser automatizado, mas a conexão é insubstituível.

Adaptação contínua como estratégia de sobrevivência

A melhor forma de se preparar para essa nova fase do marketing digital é adotar uma cultura de experimentação constante. Precisamos nos permitir testar novas ferramentas sem medo e investir em capacitação contínua. Nesse ponto, criar times multidisciplinares e colaborativos viabiliza a incorporação da IA aos processos, mas sem renunciar à visão crítica e humana.

Empresas e profissionais que se adaptarem rapidamente, aprendendo com a IA e ajustando seus métodos com agilidade, serão os mais resilientes nas próximas ondas de evolução.

Com base em tudo que temos vivenciado até agora, é possível dizer que o futuro do marketing digital é híbrido, com tecnologia e humanidade caminhando lado a lado. No fim das contas, as ferramentas mudam, mas o que conecta pessoas e marcas permanece: emoção, relevância e confiança seguem entre as nossas responsabilidades; este é o nosso diferencial, e continua sendo o que sabemos fazer de melhor.

Murilo Borrelli, CEO da agência de data driven marketing ROI Mine.

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