BNDES quer ampliar crédito à inovação com corte de taxa de juro

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O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, enfatizou nesta quinta-feira (17/5), durante palestra no 19º Fórum Nacional, realizado no Rio de Janeiro, a importância dos investimentos em inovação como fator fundamental de uma estratégia de desenvolvimento nacional, incluindo os aspectos econômico-social e ambiental. Só assim, segundo ele, será possível mudar a configuração regional e social do país. "Inovação e desenvolvimento são sinônimos", disse.

Coutinho defendeu um maior esforço na política de inovação, com estímulos a novos processos e produtos diferenciados e aumento constante da produtividade e melhorias na gestão e governança. Segundo ele, é preciso intensificar o estímulo à inovação mesmo nos setores mais competitivos.

Ele disse também que existe uma percepção que o crescimento global se sustenta mesmo com a desaceleração da economia americana, que seria compensada pelo crescimento de outras partes do mundo como a China. Coutinho destacou que se deve prestar mais atenção ao superávit em conta corrente (saldo das transações do país com o exterior) em vez de apenas ao superávit comercial (saldo positivo entre as exportações e as importações).

O presidente do BNDES comentou que ?o superávit em conta corrente não é tão grande assim, é de US$ 13 bilhões ou US$ 14 bilhões". Ele alertou que, se esse superávit, no futuro, se transformar em um déficit, vai recriar um quadro de vulnerabilidade que já superamos, e não tem sentido voltar atrás.

De acordo com Coutinho, a inovação ajudaria o Brasil também em aumentar sua participação no comércio internacional e dar mais competitividade aos produtos brasileiros. Ele foi enfático em defender uma "política industrial que tenha recorte por cadeia". Para o presidente do BNDES, a política industrial deve ser intensiva em financiamento barato, em coordenação e em olhar os elos fracos da cadeia. Coutinho afirmou que não está propondo nada novo, mas sim "copiar o que funcionou em outros países".

Ele afirmou que o BNDES se mobilizará de forma mais intensa do que já vem fazendo no sentido da inovação. Essa mobilização, conforme Coutinho, consiste em estudar aperfeiçoar as condições das linhas voltadas para inovação, como a de pesquisa e desenvolvimento e produção, e ampliar o apoio do banco na área. "É fundamental preparar nossas empresas para a aproveitar as oportunidades geradas pela inovação", disse, acrescentando que o BNDES não será o único instrumento para políticas de estímulo à inovação, mas participará de um esforço coordenado nessa direção com o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

O presidente do BNDES lembrou que os países asiáticos aumentaram muito sua participação no comércio mundial entre os anos de 1990 e 2005. Enquanto o Brasil elevou de 0,9% para 1,1% a presença no comércio internacional, a média asiática saiu de 17,2% para 27,7% no período analisado. "Precisamos melhorar e ampliar a inserção internacional", disse.

Ele também defendeu que o país aprenda com as experiências internacionais bem-sucedidas, aumentando o apoio a atividades inovadoras. Com isso, será possível viabilizar crescimento acelerado, aumentar a participação de produtos de alta e média intensidade tecnológica na estrutura industrial e na pauta de exportações e promover uma transformação estrutural na economia, contribuindo para uma maior eqüidade social e regional.

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