O desafio da Internet das Coisas

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A Internet das Coisas (IoT) não é um conceito novo. Ela continuará evoluindo nos próximos anos e o motivo disso ser um tema de debate tão popular é simples: os avanços tecnológicos que até pouco tempo atrás estavam ocorrendo de forma isolada começaram a convergir para um ponto comum. Vamos usar o exemplo de panelas cozinhando no fogão. Vamos imaginar que a velocidade de um processador de computador, o custo baixo do armazenamento de disco e a grande disponibilidade de conectividade rápida e confiável entre vários lugares no mundo são três panelas diferentes. Alguém resolve pegar o conteúdo de uma das panelas e colocá-lo dentro das outras, criando assim um novo tipo de ensopado. O resultado é IoT: todos os dispositivos e coisas conectados à internet.

Só agora estamos começando a ver alguns exemplos de soluções em IoT em canal pronto. São tecnologias simples e de baixo custo, usadas de forma criativa. Elas requerem integração mínima no local do cliente e costumam oferecer um portal de serviços gerenciados que permite ao revendedor vender as suas soluções como um serviço – que é para onde a indústria está caminhando cada vez mais.

Cidades inteligentes são um exemplo macro de IoT que exige várias disciplinas diferentes nas quais os parceiros de canal podem participar. Um exemplo de componente micro que pode ser uma ótima oportunidade para os revendedores são os containers para lixo inteligentes. Esses recipientes vêm equipados com painéis de energia solar que avisam o departamento de saneamento quando estão cheios e precisam ser esvaziados, tornando a rota dos caminhões de lixo mais eficiente. Desta forma coisas inteligentes podem emitir informações úteis sobre o seu ambiente e assim, gerar dados que auxiliam na tomada de decisões – este é o tipo de oportunidade da qual os revendedores podem participar.

Identificação por radiofrequência (RFID) é um bom exemplo de como começar a tornar objetos mais inteligentes. Vamos tomar como exemplo uma caixa de papelão contendo garrafas de detergente a caminho do mercado. Podemos colocar uma etiqueta RFID na caixa, que só será ativada quando reagir ao meio-ambiente – ou seja, ela é equipada com um sensor que detecta umidade, movimento ou temperatura.

No caso do varejo, a IoT não precisa de sensores. Se 70% dos clientes tiver um smartphone, isso significa que você poderá se comunicar com 70% da sua clientela. Para fazer isso, é necessária uma infraestrutura sem fio para captar a presença dos telefones dos clientes dentro da loja. Uma rede de WiFi pode identificar todos os smartphones no local e captar os seus dados. Se você enviar um ping para esses smartphones, receberá um endereço MAC, que é um número específico para cada telefone. Esses endereços MAC podem entrar numa tabela que analisa quando cada dispositivo específico esteve dentro da loja, por quanto tempo e em que parte da loja ele esteve com mais frequência. A utilização desse sistema permite a tomada de decisões de merchandising baseadas em dados reais importantes para o negócio. Ao tornar o smartphone ainda mais inteligente, você poderá achar maneiras de vender mais – e esse é apenas o primeiro passo na filosofia da IoT.

Se você quiser ir ainda mais longe, ao invés de apenas visualizar um endereço MAC dentro da loja, tente designá-lo a um usuário. Crie um código QR para escanear e baixar o aplicativo da loja – se 20% dos seus clientes que possuem um smartphone baixarem esse aplicativo, você poderá obter informações sobre essas pessoas, tais como dados demográficos e interesses pessoais. Um vendedor em posse dessas informações poderá enviar cupons personalizados para os smartphones em questão e assim, impulsionar suas vendas e ganhos. Incrementar o nível de inteligência poderá ajudá-lo a ganhar mais dinheiro – e este é o segundo passo da IoT  para o varejo.

Agora vamos ao terceiro passo. Ao invés de apenas saber que um cliente está num determinado setor da sua loja, divida o local em 10 zonas, cada uma com um sinalizador definindo uma área específica dentro da loja. Esses sinalizadores enviarão informações do aplicativo para a área corporativa mostrando exatamente o que o consumidor está olhando. Desta forma, é possível enviar cupons ainda mais específicos e tornar tudo mais inteligente. Mesmo com a implantação desse processo, as questões iniciais da IoT ainda persistirão. Por exemplo, o custo dos sinalizadores e dos aplicativos terá que diminuir e tornar-se mais acessível para que os revendedores consigam ganhar dinheiro vendendo soluções para o mercado vertical de varejo. Quanto mais simples a integração da solução, menor o custo e mais adequada ela será para o canal pronto.

Embora cada um tenha uma definição diferente de IoT, para os revendedores trata-se de coletar informações do ambiente do usuário final para criar dados úteis e transforma-los em inteligência para negócios. Isto gera lucros maiores, custos menores e maior eficiência. Este processo requer uma análise de armazenamento de dados e o desenvolvimento de aplicativos e sensores. Pode não parecer, mas a implantação de uma IoT plenamente funcional e rentável para os revendedores é um processo vagaroso e incremental. Porém, uma coisa é certa: a IoT oferece muitas oportunidades e nós estamos apenas começando.

Greg Dixon,  diretor de Tecnologia da ScanSource.

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