Durante a 3ª edição do Forum Blockchain, que aconteceu nesta quarta-feira, 16, promovida pela TI INSIDE, a Frost & Sullivan revelou que o Brasil está crescendo cada vez mais na adoção da tecnologia, embora ainda em fase de experimentação. Somente este ano, a receita de serviços deve representar US$ 34 milhões e até 2024 deverá crescer 63,4%.
Segundo Renato Rosa, Digital Transformation Program Manager Latin America da Frost & Sullivan, o mercado brasileiro está atrasado um ano e meio comparado aos Estados Unidos e Europa. “Vejo isso como um fator positivo porque temos condições de sermos mais assertivos”, comenta. Ainda sobre o atraso do País sobre os outros continentes, Rosa avalia que alguns inibidores contribuem, como falta de mão de obra qualificada, falta de visibilidade do real potencial da tecnologia e poucos casos de sucesso no mercado.
De acordo com o estudo da consultoria, o setor financeiro é o que mais investe, além de logística, agronegócio, governo, entre outros. O blockchain é uma tecnologia que permite mudar o modelo de negócio. Rosa lembra que nos últimos dez anos começaram a surgir novas tecnologias pela necessidade de focar nos negócios e não mais a adoção da tecnologia pela nova onda que surgia. E tudo isso, segundo ele, foi possível com o crescimento do Big Data, IoT, Inteligência Artificial e o Blockchain, aceleradores da transformação tecnológica.
Como o blockchain garante a confiabilidade, a transparência e consequentemente, a segurança dos dados, a violação da informação é nula, uma vez que para roubar os dados seria preciso criar várias chaves e adulterar todos os blocos da cadeia. E esse é um dos fatores que têm impulsionado a adoção desta tecnologia. “Além de seguro, considero outros aceleradores de crescimento do blockchain: o impacto das criptomoedas no mercado; a implementação de soluções no setor financeiro; grandes empresas de tecnologia criando plataforma de código aberto; e os benefícios de suas características técnicas, como a segurança e banco de dados descentralizados”.
Existe um enorme potencial a ser explorado em todas as plataformas, porém é importante levar em consideração a disponibilidade de recursos capacitados no mercado. A Frost & Sullivan aponta que o Hyperledger representa 85% dos recursos mais usados atualmente o Brasil, seguido pelo Ethereum, com 8,1% e o Corda, com 6%.
A consultoria aponta ainda alguns benefícios do blockchain no mercado, como a remoção de intermediários de transações de ativos e dados nos processos industriais existentes (agilidade no negócio); a substituição da lógica de negócios por código simples, reduzindo custos para a execução e reconciliação contratual; a criação de um novo ecossistema de “serviços de código aberto”, o que incentivará novas formas de considerar e monetizar ativos e da, impulsionando a inovação e o valor comercial novo.
Apesar dos benefícios, Rosa recomenda que o blockchain seja aplicado no negócio das organizações como um diferencial competitivo, uma vez que ainda está no começo no País. No entanto, não faça por fazer, pense em como simplificar os processos e aumentar a confiança. “Elimine intermediários, reduza os custos e aumente as vendas”, finaliza.