As criptomoedas estão revolucionando dia após dia o mercado financeiro, e o ano de 2021, foi marcado pela consolidação desse setor, com a importante valorização do Bitcoin, além do desenvolvimento de novos ativos digitais, como criptomoedas, stablecoins, moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) e tokens não-fungíveis (NFTs). Estes ativos já atingiram mais de US? 3 trilhões de capitalização de mercado, e cerca de US? 125 bilhões em transações diárias com mais de 200 milhões de pessoas.
Esse novo cenário trouxe a presença marcante do público feminino no meio cripto, e só reforça o quanto as mulheres estão cada vez mais presentes na economia, um ambiente que é predominantemente masculino. Por conta disso, muitas acabaram ficando inseguras de entrar neste meio, pois, assim como nas demais áreas da sociedade, a questão de gênero acaba levando a preconceitos em amplas situações. No entanto, com o passar dos anos, nós entendemos que lugar de mulher é onde ela quiser e temos que enfrentar o que vier para alcançarmos nossos objetivos.
Segundo um estudo do Global Gender Gap Report de 2021, a lacuna entre mulheres e homens no mercado de criptomoedas e blockchain ainda pode demorar 135,6 anos para ser preenchida. Quando o cenário é a participação econômica e oportunidades, o Brasil ficou na 89ª posição, e isso reforça um longo caminho que ainda temos que percorrer.
Além disso, de acordo com um levantamento realizado pelo BlockFi, o número do sexo feminino na área cripto, é de apenas 24%, já 80% enxergam o tema como difícil de compreender e 72% ainda pensam que investimentos são arriscados.
Mesmo com essa visão negativa, é importante comemorarmos, tudo o que já conseguimos até aqui. Muitas mulheres enxergam no setor cripto uma chance de poder falar, estudar e trabalhar mais com assunto, além de fugir do tradicional, apostando em um mercado que ainda está sendo desvendado, conquistando independência financeira. Este é um dos resultados mais esperados pelo público feminino, já que a criptoeconomia surgiu como uma alternativa à democratização do acesso ao cenário financeiro.
O número de investidoras está quebrando recordes ano após ano, e concluímos isso, quando analisamos os números da Bolsa de Valores, em 2021, onde mais de 1,17 milhão de mulheres resolveram investir. Trata-se de um salto de 38,2%, quando comparado com os 700 milhões do ano anterior.
Já, com base no Relatório Global sobre Mulheres e Criptomoedas, realizado pelas pesquisadoras Marina Spindler e Paulina Rodriguez, as mulheres simbolizam em média 25% dos investidores em criptoativos.
Por ser mulher, acabei enfrentando na minha profissão, muitos desafios. No meio cripto, não foi diferente, porém, também me senti acolhida em diversos momentos neste setor, e pude me encontrar ainda mais. Não à toa, minha carreira está cada vez mais consolidada no meio e vejo, diariamente, a entrada de novos nomes femininos se destacando na área.
É possível encontrar grandes autoras que falem sobre o mercado cripto, como, Primavera de Filippi, autora de "Blockchain and the Law", Camila Russo, autora de "The Infinite Machine" e Hester Pierce, da SEC que ganhou o apelido de 'Crypto Mom'. Além, é claro, das influenciadoras que ensinam o público, diariamente, nas redes sociais. Ter elas como referência, nos ajuda a entender quais os melhores caminhos a percorrer.
A união neste setor se faz necessária, assim como em tantos outros. Apoiar novas investidoras, e aprender com as já experientes CEOs, líderes e especialistas, é de suma importância para a consolidação das mulheres no mercado de criptomoedas, em ascensão, afinal cripto é para todos.
Flávia Jabur integra o time da Liqi, fintech de tokens e criptomoedas baseada em blockchain, como Community Manager. Há alguns anos, passou a atuar no mercado de criptomoedas, inicialmente, como redatora de um site de notícias, e logo em seguida trabalhou em uma das principais corretoras de criptoativos do Brasil. Tornou-se referência no mercado de cripto, e já ganhou premiação como melhor influencer feminina deste meio.