O representante do grupo Transparência Hacker, Alexandre Gomes, disse que o principal desafio para a participação da população é entender as informações que o Estado brasileiro disponibiliza na internet. Seu grupo tenta suprir essa deficiência, apoiando iniciativas que tentam prestar informações de utilidade pública. Entre as iniciativas mostradas por Gomes durante o seminário "10 anos da Comissão de Legislação Participativa – Democracia e Participação Popular" estão sites que organizam informações sobre rotas de ônibus, problemas de trânsito, locais onde faltam obras públicas e muitos sites que acompanham o trabalho dos parlamentares.
"Por exemplo, todo mundo quer saber onde está a gasolina mais barata de sua cidade, o site da ANP [Agência Nacional do Petróleo] tem essa informação, com os preços médios, mas é difícil de achar e ainda mais de comparar. Um sujeito fez um site que coloca tudo em um mapa para que você escolha o melhor preço no seu caminho", explicou.
Segundo ele, quem quer fazer esse tipo de trabalho precisa quase "hackear" os sistemas de informação do governo, mas essa palavra não tem a conotação negativa dada por jornais à atividade. "As informações estão disponíveis, mas não são de fácil entendimento", disse. A principal reivindicação do movimento que ele representa é que a informação esteja acessível num formato aberto, e não de propriedade de alguma empresa, como são os arquivos .doc da Microsoft e .pdf da Adobe.
O coordenador do programa e-Democracia da Câmara, Cristiano Ferri, apresentou os dados da comunidade virtual do projeto, que já conta com mais de 1700 participantes. Ferri disse que é importante que os governos admitam que são incompetentes para fazer toda informação chegar às pessoas, e permitam à sociedade prestar informações de utilidade pública. "Mas também temos de ter mecanismos institucionais, feitos pelo próprio governo, que incorporam processos de gestão e participação pública, como o e-democracia", disse. As informações são da Agência Brasil.
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