A questão regulatória foi apontada como um dos principais riscos enfrentados pelos líderes em infraestrutura no Brasil. O ponto foi escolhido como uma preocupação por mais da metade dos participantes (54%) de uma pesquisa realizada pela KPMG, em junho deste ano, com 60 executivos de 16 setores. De acordo com o levantamento, em segundo lugar, aparecem os fatores jurídicos com 37%, e empatados, em terceiro, estão os aspectos climáticos e a falta de mão de obra qualificada, com 19%.
Quando questionados sobre os desafios para o setor de infraestrutura no país, os participantes disseram que a performance estimada em estudos em relação ao desempenho do projeto é o maior deles com 45% das respostas. A falta de segurança regulatória foi escolhida por 42% dos executivos e o desbalanceamento da matriz de risco por 32% deles.
O segmento ferroviário brasileiro foi apontado como o que mais necessita de investimentos no país atualmente, de acordo com 49% dos participantes da pesquisa, enquanto rodovias e infraestrutura social – que abrange hospital, educação, presídios – foram citados por 35% deles. O setor de energia foi escolhido por 19% dos executivos e portos e aeroportos por 13%.
“O que chamou a atenção na pesquisa é que a questão regulatória aparece como uma preocupação em quase todas as respostas indicadas pelos executivos, mostrando que é um ponto de atenção do setor. Mas, de forma geral, o segmento se mantém otimista e tanto as entidades públicas como privadas estão caminhando lado a lado para otimizar questões regulatórias tanto de novas concessões quanto das que já estão em operação. Constatamos também que ainda há espaço para investimentos em projetos de ferrovias e rodovias do país”, analisa a sócia-diretora líder do segmento de infraestrutura da KPMG no Brasil, Tatiana Gruenbaum.
Sobre as maiores oportunidades de investimento em infraestrutura, as opções mais votadas foram concessões novas (38%) e de ativos já existentes por meio de relicitação ou devolução (34%). Num cenário de estratégias prioritárias de crescimento para os próximos três anos, 31% dos executivos disseram que deverão realizar investimentos em infraestrutura verde e em soluções de adaptação climática e 29% irão focar em eficiência operacional.
A pesquisa “Infraestrutura: perspectivas e oportunidades de investimentos 2024” foi aplicada a 60 executivos durante evento realizado dia 20 de junho deste ano, na sede da KPMG no Brasil, em São Paulo. A votação aconteceu de forma interativa e os participantes puderam escolher mais de uma opção de resposta.
O levantamento proporcionou dados sobre o cenário atual, perspectivas, oportunidades de investimentos, a importância da agenda ESG e os impactos das mudanças climáticas na infraestrutura.
Os líderes eram dos seguintes setores: agronegócio, associações, construção, energia e recursos naturais, governo, infraestrutura, inovação, investimentos, logística, imobiliário, saneamento, saúde, serviços profissionais, serviços financeiros, tecnologia e transporte.