Depois de levantar mais de US$ 21 bilhões com sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no mês passado — maior da história nos EUA — e já consolidado como o maior e-commerce da China, o grupo Alibaba dá mais um passo agora em sua estratégia para se tornar também a principal fornecedora de serviços de computação em nuvem no mercado internacional.
A companhia chinesa realizou nesta sexta-feira, 17, uma conferência para desenvolvedores na cidade de Hangzhou para explicar e fornecer detalhes do AliCloud, seu serviço de computação em nuvem criado em 2009 para alugar espaço de armazenamento e processamento para pequenas e médias empresas de internet na China, que pagam uma taxa mensal para ter acesso a esses recursos, com base em quanto consomem.
Para atender essas empresas, o Alibaba mantém cinco data centers na China continental, sendo que o mais recente, inaugurado em agosto na cidade de Shenzhen, no sul da China, atende tanto pequenas quanto grandes companhias, bem como instituições financeiras e outras indústrias. “Nós somos como a estrada, e as empresas que usam a nossa infraestrutura são os carros dessa estrada”, disse o CTO do Alibaba, Wang Jian, durante a conferência, segundo o The Wall Street Journal.
Wang, que se recusou a revelar a receita e o lucro do AliCloud, garante que o negócio é rentável, embora ainda pequeno na comparação com outras operações do Alibaba, como os sites de comércio eletrônico Tmall e Taobao, que respondem pela maior fatia da receita da empresa. Segundo ele, o serviço tem cerca de mil funcionários, o que representa apenas 5% do quadro total de empregados, hoje em torno de 20 mil homens.
O executivo compara o AliCloud ao serviço de nuvem da rival Amazon.com, o Amazon Web Services (AWS), que se tornou uma grande fonte de receita para a varejista americana nos últimos quatro anos e segue líder de mercado. E o plano, segundo Wang, é torná-lo um negócio cada vez mais significativo na receita da empresa.
Uma das estratégias para alcançar esse crescimento, principalmente no mercado internacional, é afastar a desconfiança em relação à contratação de serviços de um data center instalado na China, sujeito a interferências do governo central. Tanto que Wang garante que o AliCloud não está envolvido na gestão e análise de dados coletados pelo Taobao e Tmall, ou outras unidades Alibaba — nem há planos concretos para aumentar a colaboração com AliCloud. Além disso, ele garante também que ele não tem acesso aos dados que estão sendo coletados por empresas que utilizam seus recursos de computação em nuvem.
Além de serviços de data center, o AliCloud também desenvolve os seus próprios sistemas operacionais, smartphones, TVs inteligentes e outros dispositivos.