A investigação a que vem sendo submetida a HP por susposta prática de corrupção – e que inicialmente estava concentrada na Rússia – agora será amplida para vários países europeus. Conforme documento enviado na quarta-feira, 15, à Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, a HP diz que autoridades americanas pediram mais detalhes sobre as vendas realizadas pela empresa na Rússia e informações sobre as vendas da Sérvia e da Comunidade de Estados Independentes (CEI), que remontam ao ano 2000.
As autoridades estão examinando se os funcionários da HP na Rússia, Alemanha, Áustria, Sérvia, Holanda e CEI – que integra 11 das 15 repúblicas que formavam a antiga União Soviética – pagaram propina a distribuidores e clientes. "A HP está cooperando plenamente com as investigações", segundo um porta-voz da empresa disse ao The Wall Street Journal.
A evolução dos acontecimentos mostra como o escândalo, descoberto pelo Ministério Público alemão, em 2009, vem tendo desdobramentos. Os promotores alemães inicialmente alegaram que funcionários da filial da HP na Alemanha pagaram suborno para ganhar um contrato de 35 milhões de euros (o equivalente a US$ 46 milhões), para o fornecimento de sistemas de computação ao escritório da Procuradoria Geral da Federação Russa. O contrato vigorou de 2001 a 2006.
Em setembro, a HP revelou que o Departamento de Justiça dos EUA e a SEC estavam investigando as acusações e estavam analisando outros contratos com o Ministério Público russo. Autoridades dos EUA viajaram a Alemanha por duas vezes desde abril, para investigar o caso, confirmou Wolfgang Klein, porta-voz do Escirtório da Promotoria-Geral em Dresden, na Alemanha. Ele disse que os promotores públicos alemães compartilharam provas fundamentais relacionadas com a investigação com seus colegas americanos, como o desvio de recursos pelos executivos da HP, por meio de uma rede de empresas de fachada e contas em paraísos fiscais na Grã-Bretanha, Áustria, Suíça, Ilhas Virgens Britânicas, Belize, Nova Zelândia, bem como em países bálticos, como Letônia e Lituânia, e nos estados de Delaware e Wyoming, nos EUA, de acordo com documentos de investigação apresentados a um tribunal alemão, aos quais o jornal americano teve acesso (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
Segundo Klein, os promotores alemães ainda estão vasculhando um "grande caixote de provas" obtidas a partir de Rússia. Ele diz que a análise não está completa, mas observa que as evidências parecem "reforçar as suspeitas" de que altos funcionários da HP contrataram distribuidores para operações de lavagem de dinheiro por meio do pagamento suborno.
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