A pesquisa global "Insights sobre o invisível: perspectivas sobre os desafios da evolução de fraudes e combate à lavagem de dinheiro", divulgada nesta terça-feira (18/06) pela BioCatch, destaca que as instituições financeiras brasileiras acompanham a tendência mundial de enfrentamento a crimes financeiros cada vez mais sofisticados. O levantamento ouviu 800 líderes globais das áreas de fraude, conformidade e combate à lavagem de dinheiro.
Segundo o estudo, 76% dos entrevistados acreditam que organizações criminosas estão mais avançadas na lavagem de dinheiro do que as instituições financeiras na sua detecção. No Brasil, 40% das instituições consultadas informaram investir entre US$ 25 milhões e US$ 49,9 milhões por ano em tecnologias de detecção de fraudes. Ainda assim, 23% relatam perdas anuais dentro da mesma faixa devido a fraudes financeiras.
Entre os principais desafios apontados pelas instituições que atuam no país, 31% destacaram a privacidade e segurança de dados. Além disso, 89% dos profissionais brasileiros defendem maior intervenção regulatória para conter a lavagem de dinheiro, e 28% consideram essencial ampliar a supervisão sobre instituições não financeiras.
"O compartilhamento de informações e a colaboração entre os setores público e privado são essenciais para combater o Dark Economy de forma eficaz", afirmou Cassiano Cavalcanti, diretor de Pré-Vendas LATAM da BioCatch.
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A pesquisa também revelou que 59% dos entrevistados consideram que as transações fraudulentas se dividem de forma equilibrada entre indivíduos e organizações criminosas. No Brasil, o estudo reforça que os dados estão em linha com o cenário internacional, evidenciando a necessidade de investimentos contínuos em tecnologia e cooperação interinstitucional.
Em escala global, o Relatório Global de Crimes Financeiros da Nasdaq estimou que US$ 3,1 trilhões circularam em fundos ilícitos no sistema financeiro mundial em 2023. A pesquisa da BioCatch ainda mostrou que 83% dos líderes ouvidos reconhecem a relação entre fraudes e crimes como terrorismo, tráfico de drogas e tráfico de pessoas.
Segundo a BioCatch, o uso de tecnologias emergentes tem ampliado a complexidade das operações ilícitas. Inteligência artificial, mídias sociais e fóruns da dark web foram citados por 78%, 76% e 73% dos participantes, respectivamente, como ferramentas utilizadas pelos criminosos.
Apesar da percepção global de que os bancos estejam progredindo no combate ao crime financeiro (77% dos entrevistados), apenas 55% dos profissionais acreditam que suas instituições têm impacto significativo nessa luta. A fragmentação nas investigações também preocupa: 41% relatam que suas organizações limitam a análise à conta individual, mesmo quando os casos poderiam desencadear investigações mais amplas.
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