A decisão da Sony Pictures de cancelar a estreia do filme “A Entrevista”, com Seth Rogen e James Franco, deve gerar um prejuízo para os cofres da companhia de cerca de US$ 200 milhões. O lançamento da comédia — que trata sobre um plano de dois jornalistas recrutados pela CIA para exterminar o líder norte-coreano Kim Jong Un — também foi suspenso no Brasil, segundo a assessoria de imprensa do estúdio no país.
O cancelamento foi anunciado na quarta-feira, 17, após ameaças de violência por parte de hackers. O estúdio gastou cerca de US$ 80 milhões para produzir e comercializar o filme, fora o custo para desenvolver um novo software e hardware, perda de produtividade e danos à reputação, apenas para citar alguns itens, que deve girar em mais de US$ 100 milhões.
A gota d’água que culminou na deliberação da supensão do filme foi o ataque de hackers a base de dados da Sony Pictures, com o roubo de documentos e mensagens com ameaças aos funcionários, em sua última ação para evitar a estreia do filme, no Natal. A preocupação das redes de cinemas norte-americanas com a segurança também contribuiu para a decisão.
A perda com o cancelamento do filme não poderia vir em pior hora, uma vez que o grupo japonês já havia elevado, em setembro, a estimativa de prejuízo para o ano fiscal de 2014, a ser encerrado em 31 de março de 2015. Na época, a companhia previu um prejuízo de 230 bilhões de ienes (o equivalente a US$ 2,5 bilhões), cifra quase cinco vezes maior que a projetada quatro meses atrás, que era de 50 bilhões de ienes (US$ 467,5 milhões).
Neste ano, quase todos os negócios da Sony enfrentaram dificuldades econômicas, tais como as divisões de telefonia móvel e computadores pessoais, esta última vendida ao fundo de investimento japonês Japan Industrial Partners (JIP).
Em fevereiro deste ano, o grupo anunciou que irá cortar cerca de 5 mil empregos até o fim do ano fiscal. Do total, 1,5 mil funcionários serão demitidos no Japão e 3,5 mil, no exterior. Com informações de agências de notícias internacionais.